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Pacto de governo deixa Islândia mais perto da União Europeia

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postado em 10/05/2009 21:55
O Partido Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde apresentaram neste domingo (10/05) um acordo para formar um governo de coalizão na Islândia e anunciaram que submeterão ao Parlamento a questão do início das negociações para a entrada na União Europeia (UE). Em último caso será feita uma consulta popular para decidir se a Islândia entra na UE, reiterou hoje a primeira-ministra, a social-democrata Jóhanna Sigurdardóttir, que comunicou que a resolução será apresentada nos próximos dias. O Partido Social-Democrata defende a entrada na UE, enquanto seu parceiro de governo se opõe, embora durante a campanha eleitoral tenha aceitado a realização de um referendo sobre a questão. Segundo uma pesquisa divulgada na semana passada, dois em cada três islandeses querem que o governo negocie com a UE, embora o número de partidários da entrada tenha caído para 40%. Os social-democratas venceram as eleições antecipadas de 25 de abril passado com quase 29% dos votos, que somados aos obtidos pelos verdes lhes deram uma cômoda maioria absoluta, que beira 50% (34 das 63 cadeiras do Parlamento). Ambas as legendas tinham governado em minoria, com o apoio externo do centrista Partido do Progresso, desde a renúncia no final de janeiro do então primeiro-ministro, o conservador Geir Haarde, como consequência dos protestos populares pela crise econômica. Sigurdardóttir disse hoje, em coletiva de imprensa conjunta em Reykjavík com o líder do Movimento Esquerda Verde, Steingrimur Sigfusson, que o objetivo central do novo governo será reequilibrar as contas públicas em 2013 e iniciar um plano para a criação de postos de trabalho. Os dois líderes reiteraram seu compromisso de implementar o plano de recuperação econômica pactuado há alguns meses com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que, junto com outros países, dará à Islândia uma ajuda de perto de US$ 6 bilhões (R$ 12,4 bilhões). O afundamento de seu sistema bancário causou o colapso da economia islandesa e situou o país na crise mais grave de sua história recente, o que originou fortes protestos populares, a queda do governo conservador e a primeira vitória da esquerda desde a independência da Islândia, em 1944.

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