postado em 11/05/2009 21:24
Um estudo revelou que existem variações genéticas significativas entre os mexicanos (e os latinos de maneira geral) e outros subgrupos humanos, que poderiam ser utilizadas para a pesquisa de vacinas específicas, informaram autoridades de saúde do México nesta segunda-feira.
"A população mexicana é formada em maioria por 65 grupos genéticos diferentes, o que produziu uma verdadeira mistura", explicou Gerardo Jiménez-Sánchez, diretor do Instituto de Medicina Genômica mexicano.
Essa mistura é substancialmente diferente dos outros três subgrupos humanos identificados até agora: os iorubás africanos, os caucasianos de descendência europeia e os japoneses e chineses asiáticos, segundo o estudo divulgado nesta segunda-feira nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Desde 2004, o estudo analisa o mapa genético de 300 mexicanos mestiços (que são a maioria da população do país) em seis estados diferentes, e de 30 índios zapotecas do estado de Oaxaca (sudeste).
Essas diferenças no mapa genético podem ser generalizadas para os latino-americanos como um todo, acrescentou Julio Frenk, ex-ministro mexicano da Saúde e decano da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
"O estudo deixa claro que os latino-americanos com ascendência mestiça são suficientemente diferentes de outros povos para que um mapeamento genético seja viável científica e economicamente", indicou.
Estudos parecidos realizados na Ásia descobriram, entre outros aspectos, uma predisposição genética dos asiáticos para contrair a hepatite B, segundo o texto.
Mas o estudo mexicano ainda não pode dar respostas à recente onda de gripe suína no país, segundo os especialistas.
"É óbvio que a epidemia é recente demais para responder a esta pergunta hoje. Mas o estudo vai proporcionar as ferramentas" para encontrar uma resposta no futuro, e eventualmente preparar vacinas com uma composição especificamente genética, explicou Frenk.
"As doenças, na realidade, são uma mistura de genética e meio ambiente", destacou.