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Ex-nazista, deportado pelos EUA, chega à Alemanha

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postado em 12/05/2009 09:56
MUNIQUE - O ex-guarda de um campo de concentração nazista John Demjanjuk, expulso dos Estados Unidos, chegou nesta terça-feira (12/5) a Munique (Alemanha), onde será julgado por seu suposto papel no assassinato de 29 mil judeus. Demjanjuk foi extraditado para a Alemanha depois de uma batalha judicial de dois meses nos Estados Unidos. O avião que o transportava pousou na capital da região alemã da Baviera às 9h20 locais (4h20 de Brasília). As autoridades alemãs comunicaram as acusações logo após o desembarque e levaram o nazista para a prisão de Stadelheim, em Munique, onde fez exames médicos. Segundo os resultados, Demjanjuk pode ser hospitalizado. A família alega que ele está gravemente doente. A imprensa alemã destaca ainda que nesta terça-feira ele pode ser confrontado com uma testemunha, Thomas Blatt, 82 anos, sobrevivente do campo de Sobibor, que mora atualmente na Polônia. Algumas testemunhas afirmam que Demjanjuk pode ser o temível guarda do campo de concentração de Treblinka conhecido como "Ivan o terrível". Nascido na Ucrânia em 1920, Demjanjuk era soldado do Exército Vermelho quando foi capturado pelos nazistas, na primavera de 1942. Após a captura, foi treinado em Treblinka, na Polônia ocupada pelos nazistas, para servir nos campos de Sobibor e Majdanek, também na Polônia, e em Flossenburg (sul da Alemanha). Demjanjuk sempre alegou que foi obrigado a trabalhar para os nazistas e que os sobreviventes dos campos de extermínio o confundiram com outros guardas. O ex-guarda migrou para os Estados Unidos em 1952 com a família, instalando-se em Ohio, onde encontrou trabalho na indústria automobilística e mudou o nome de Ivan para John. Demjanjuk se fez passar em 1948 por vítima de guerra e recebeu ajuda como refugiado. Graças a isto, ele conseguiu ajuda material antes de viajar para os Estados Unidos, segundo os documentos do Serviço Internacional de Investigações, um centro de arquivos sobre as 17,5 milhões de vítimas do nazismo, administrado pela Cruz Vermelha em Bad Arolsen, centro da Alemanha. O ex-guarda nazista recebeu o status concedido aos ex-presos de campos de concentração ou aos ex-trabalhadores forçados, afirmando ter trabalhado como motorista em Sobibor.

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