postado em 13/05/2009 15:15
As autoridades russas divulgaram nesta quarta-feira seus objetivos estratégicos para a segurança do país e identificaram os Estados Unidos como a principal ameaça em termos de política externa.
A "Estratégia de Segurança Nacional da Rússia até 2020", aprovada na terça-feira pelo Kremlin, explicita as ambições de Moscou, que deseja voltar a ser "uma grande potência", agora que "as consequências da crise política e econômico-social do final do século XX foram superadas".
Não surpreendeu que nesse documento os Estados Unidos e a Otan sejam considerados ameaças para a Rússia e para o mundo.
"As debilidades da arquitetura internacional e regional, que é orientada particularmente para a região euro-atlântica, exclusivamente para a Otan (..) constituem uma ameaça crescente para a segurança internacional", segundo a Estratégia russa.
O Conselho de Segurança da Rússia, que redigiu o texto, aponta principalmente para o projeto norte-americano de escudo antimísseis no Leste Europeu, apresentado como "uma ameaça à segurança" russa, enquanto os Estados Unidos asseguram que esse projeto protegeria o continente contra "Estados bandidos" como o Irã.
Moscou considera que Washington tenta assegurar "sua supremacia no domínio militar", o que corre o risco de desencadear "uma nova corrida armamentista".
Neste "contexto", a Rússia manterá "a paridade com os Estados Unidos no campo das armas nucleares estratégicas", desenvolvendo ao mesmo tempo "uma política externa racional e pragmática".
Além das tradicionais questões de defesa e de diplomacia, os observadores russos observaram que a novidade deste documento é a importância que concede aos problemas econômicos e sociais.
"Isto representa um passo em direção a uma visão mais moderna da noção de segurança nacional. Tomou-se consciência de que os fatores econômicos e sociais têm influência tanto sobre sociedade como sobre os fatores externos", frisou Fiodor Lukianiv, que dirige a revista Russia in Global Affairs.
Mesmo advertindo para "um acúmulo de problemas sociais", Moscou fixou "um objetivo estratégico" ambicioso: "tornar-se um dos cinco primeiros países em termos de volume do Produto Interno Bruto", desenvolvendo sobretudo a inovação, "a produtividade do trabalho" e modernizando "os setores prioritários da economia".