postado em 14/05/2009 19:41
A direita americana promoveu uma campanha contra Kofi Annan no contexto do escândalo relacionado ao programa "Petróleo por Alimentos" porque o ex-secretário-geral da ONU qualificou a guerra no Iraque de "ilegal", segundo uma biografia escrita por seu ex-porta-voz.
Na biografia, Fred Eckhard relata os bastidores do escândalo e diz que o caso levou o então secretário "à beira da depressão".
Na opinião de Ekhard, tudo começou em 2004, quando Annan qualificou a guerra no Iraque de "ilegal" durante uma entrevista concedida a um jornalista da BBC. "Acho que você vai ter problemas", teria, então, dito o repórter. "É o que penso", teria insistido Annan.
Eckhard está convencido de que a direita americana resolveu se vingar de Annan fomentando uma "campanha maldosa" na mídia, acusando o ex-secretário-geral da ONU de corrupção no escândalo relacionado ao programa "Petróleo por Alimentos".
Diretamente envolvido, Kojo, o filho de Kofi Annan, garantiu ao autor do livro que "nunca fez negócios com a ONU".
Entretanto, Eckhard acredita que os contatos de Kojo na ONU ajudaram a empresa Cotecna, na qual trabalhava então e que era responsável pela inspeção das entregas humanitárias no Iraque ligadas ao programa.
Em vigor de 1996 a 2003, o programa "Petróleo por Alimentos" permitia a Bagdá vender petróleo em troca de ajuda humanitária e de alimentos, em falta no país devido a sanções impostas ao Iraque após a invasão do Kuwait.
O caso foi investigado, e o cipriota Benon Sevan acabou sendo o único alto funcionário das Nações Unidas a levar a culpa.