postado em 15/05/2009 10:08
BUENOS AIRES - Poucas horas antes do lançamento oficial da lista governista para as eleições de junho - liderada, em Buenos Aires, por seu marido, Néstor Kirchner - a presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou ontem um aumento salarial de 15,5% para o funcionalismo público. A medida beneficiará 240 mil trabalhadores. Em resposta, a oposição qualificou o governo de ;oportunista;.
Cristina anunciou também um aumento de 15% para os professores universitários. Mas nem isso satisfez a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), que considerou os aumentos pré-eleitorais ;insuficientes;. Para a associação, o reajuste não cobre as perdas causadas pela disparada da inflação ao longo do último ano. Segundo economistas independentes e sindicatos, a inflação real do ano passado esteve entre 25% e 30%. O governo afirma que foi de apenas 7,2%.
Desde 2003, quando Néstor Kirchner tomou posse como presidente, o casal concedeu diversos aumentos salariais para o funcionalismo, sempre às vésperas de eleições. Com o anúncio de ontem, o governo pretende acalmar vários setores que estão fazendo manifestações diárias para exigir aumentos salariais. Além disso, a concessão dos reajustes tem como objetivo recuperar a fidelidade dos líderes sindicais, que no último mês, com o agravamento da crise econômica e o fracasso dos planos do governo, começaram a afastar-se rapidamente dos Kirchners.
Mas o aumento criou, por tabela, um cenário complicado para os governadores (entre eles, os aliados dos Kirchners), já que o funcionalismo das províncias começou a pedir ontem mesmo reajuste equivalente ao recebido pelos federais. Praticamente todas as províncias argentinas apresentam grave problema de déficit.
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