postado em 19/05/2009 09:35
TEERÃ - O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, acusou nesta terça-feira (19/5) os Estados Unidos de formar terroristas no Curdistão iraquiano para lutar contra o Irã, em um discurso em Saghez (Curdistão) exibido pela televisão estatal.
"Fora de nossas fronteiras ocidentais, os americanos estão formando terroristas", declarou a principal autoridade da República Islâmica para uma multidão que gritou frases como "morte aos Estados Unidos".
O aiatolá afirmou ainda que os Estados Unidos "distribuem dinheiro e armas para combater o regime da República Islâmica", antes de declarar que os americanos têm planos perigosos para o Curdistão e que o objetivo não é ajudar os curdos e sim dominá-los.
Com estas palavras, Khamenei fazia referência aos combatentes do grupo separatista curdo PJAK, baseados no nordeste do Iraque e que se infiltram com frequência no Irã para executar operações armadas.
Em fevereiro, o Tesouro americano declarou o PJAK como um grupo "terrorista" e anunciou o congelamento de seus fundos. A decisão foi interpretada como um gesto de boa vontade de Washington em relação a Teerã.
"Nossos amigos curdos do outro lado da fronteira nos informaram que oficiais americanos vão ao alto de Qandil para distribuir dinheiro aos jovens curdos, comprando informação e transformando eles em mercenários. Isto não é digno dos jovens curdos", completou Khamenei.
Segundo estimativas, 3 mil combatentes curdos, principalmente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, separatista) e do PJAK, estão refugiados nas montanhas do norte do Iraque, especialmente na região de Qandil, no Curdistão iraquiano, na fronteira com Irã e Turquia.
O PJAK (Partido para uma Vida Livre no Curdistão) está relacionado com o PKK, que luta desde 1984 contra o governo turco no sudeste do país.