postado em 19/05/2009 15:05
ISLAMABAD - O Paquistão se apressava nesta terça-feira (19/5) para ajudar os refugiados que fogem da ofensiva militar contra o Talibã no Vale do Swat, no noroeste do país. O êxodo de cerca de 1,5 milhão de pessoas ocorre numa velocidade e tamanho que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pode rivalizar com o deslocamento causado pelo genocídio de Ruanda.
O desafio humanitário ocorre no momento em que militares dizem que mais de 30 militantes e soldados morreram nas tentativas de reconquistar cidades importantes do Vale do Swat e entraram em confronto com insurgentes nas proximidades da fronteira afegã.
O general Nadeem Ahmed, que lidera o grupo que tem a tarefa de lidar com os refugiados paquistaneses, afirmou que o governo tinha farinha e outros tipos de alimentos em quantidade suficiente para os desalojados, mas que são necessárias doações de ventiladores e de biscoitos energéticos. Ele também disse que os refugiados vão precisar de dinheiro e transporte quando houver segurança para voltarem para suas casas. Um "campo não é uma substituição para o lar", afirmou Ahmed, acrescentando que há pelo menos 22 campos de refugiados em operação.
Os Estados Unidos elogiaram a operação militar paquistanesa no Vale do Swat e em distritos próximos. As ações são realizadas em meio a pressões norte-americanas para eliminar esconderijos da Al-Qaeda e do Talibã ao longo da fronteira com o Afeganistão. Militantes nesses locais ameaçam as tropas dos EUA e as da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão e o próprio futuro do Paquistão, dizem oficiais norte-americanos.
Confrontos
Hoje, o Exército informou que suas operações para limpar o Vale do Swat estavam "progredindo como planejado". As tropas se envolveram em confrontos nas cidades de Matta e Kanju e perto de uma ponte estratégica, além de combater militantes na área de Piochar, a fortaleza do chefe talibã Maulana Fazlullah no Swat, segundo um comunicado militar. Dezesseis militantes e quatro soldados foram mortos e 16 militares ficaram feridos, disse Said.
Um outro comunicado da paramilitar Frontier Corps informou que os soldados mataram mais 13 militantes na região de fronteira de Mohmand. O documento afirma que dentre os mortos estão três líbios e um saudita, mas não deu mais informações sobre eles. O Paquistão diz que mais de mil militantes foram mortes desde que a ofensiva começou, no final de abril. É impossível verificar esses números porque jornalistas não podem entrar na zona de guerra. Não há informações sobre mortes de civis, mas refugiados contam que eles ocorreram.