postado em 21/05/2009 10:15
ISLAMABAD - O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, pediu ajuda nesta quinta-feira (21/5) à comunidade internacional para socorrer os dois milhões de deslocados pelos combates contra os talibãs, uma das piores crises humanitárias dos últimos anos no mundo.
A ofensiva do Exército paquistanês iniciada há um mês no vale do Swat e seus arredores obrigou cerca de 1,5 milhão de civis a fugir. Parte deles está abrigada em acampamentos de refugiados.
Estas pessoas se juntam às mais de 500.000 que foram obrigadas a deixar suas casas pelos enfrentamentos dos últimos anos entre os combatentes ligados à Al-Qaeda e os militares paquistaneses nas zonas tribais do nordeste do país, fronteiriças com o Afeganistão.
Vários países já anunciaram uma ajuda de urgência, incluindo a quantia de 100 milhões de dólares por parte dos Estados Unidos, de quem Islamabad é um aliado chave na guerra contra o terrorismo. Washington aumentou a pressão sobre o governo paquistanês para que o Exército lançasse a ofensiva no Swat em 26 de abril.
O Paquistão, por sua vez, anunciou uma ajuda imediata de US$ 25 milhões para os deslocados. Inúmeros observadores estrangeiros consideraram este dado irrisório.
"Dada a dimensão da tarefa a realizar, o governo do Paquistão busca o apoio da comunidade de doadores ante a crise humanitária atual e a futura reestruturação", declarou Gilani em Islamabad, em uma reunião de seu governo com representantes de organizações internacionais e países doadores. "Devemos ganhar a confiança das pessoas; temos de fazer coisas concretas e visíveis", acrescentou.
Muitas pessoas que fugiram da zona dos combates, a imprensa paquistanesa e as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos acusam o Exército paquistanês de realizar bombardeiros indiscriminados e matar inúmeros civis.
As mesmas fontes afirmam também que os talibãs utilizam a população civil da zona como escudos humanos.