postado em 21/05/2009 11:10
WASHINGTON - A Casa Branca vai anunciar nos próximos dias a nomeação de Thomas A. Shannon, 51 anos, como o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Shannon é atualmente o secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado - o mais alto diplomata para a América Latina. Ele serviu sob democratas e republicanos e é um nome que agrada a Brasília. A nomeação terá de ser confirmada pelo Senado.
Shannon, que fala espanhol e português fluentemente, esteve à frente da transformação da política externa para a América Latina nos últimos anos. Antes de assumir no Departamento de Estado, a política da Casa Branca era excessivamente ideologizada e centrada em neoconservadores como Roger Noriega, que era secretário-assistente antes de Shannon, e Otto Reich, que foi enviado especial para a região no governo George W. Bush. A agenda para a América Latina era basicamente terrorismo, drogas e livre-comércio, e centrada em Cuba e países ;adversários;, como a Venezuela.
Shannon começou a mudar essa agenda, mesmo sob o governo Bush. Ele foi um dos idealizadores do memorando de etanol entre Brasil e Estados Unidos - que não avançou muito, mas deu a dimensão da importância no relacionamento entre os dois países. ;A emergência de potências globais no continente, como o Brasil, alterou o caráter das nossas relações com a América Latina;, disse o diplomata, em entrevista ao Estado, no fim de março. Segundo ele, o relacionamento entre os dois países ;tem forte componente de parceria global e é um reconhecimento da ascendência do Brasil no mundo;.
Shannon é casado com uma guatemalteca e tem dois filhos, de 19 e 16 anos - o mais velho nasceu no Brasil. Ele serviu na Embaixada americana em Brasília de 1989 a 1992, como assistente especial do embaixador. ;Tom conhece profundamente o Brasil e tem muitos contatos no País;, disse James Ferrer, que trabalhou com Shannon em Brasília e é um dos mentores profissionais do novo embaixador. ;Ele fará de tudo para que os dois países se aproximem;, acrescentou Ferrer, diretor do Centro de Assuntos Latino-Americanos na Universidade George Washington.