postado em 22/05/2009 12:03
BEIRUTE - O vice-presidente americano, Joe Biden, avisou nesta sexta-feira (22/5) em Beirute que o programa de ajuda de seu país ao Líbano vai depender do resultado das eleições legislativas cruciais de 7 de junho, que podem eleger o Hezbollah xiita, grupo considerado terrorista por Washington.
Na primeira visita de uma autoridade americana deste nível ao Líbano desde 1983, Biden, cujo país apoia a maioria parlamentar antissíria, encontrou o chefe de Estado Michel Suleimane, o primeiro-ministro Fouad Siniora e o chefe do Parlamento Nabih Berri.
"Os Estados Unidos determinarão seu programa de ajuda em função da composição e das políticas do (próximo) governo", afirmou, em referência à possível vitória na votação do Hezbollah, um aliado da Síria e do Irã que é considerado uma organização terrorista por Washington.
Os Estados Unidos fornecem ao Líbano uma ajuda civil e militar. Desde 2006, o país forneceu uma ajuda de 410 milhões de dólares ao Exército libanês, que inclui aviões, tanques, armas leves, veículos e treinamento.
Em entrevista coletiva conjunta com Suleimane, Biden avisou os libaneses para não apoiar as parte que prejudicam, segundo ele, os esforços de paz, referindo-se assim ao Hezbollah e seus aliados.
"Peço aos que pensam em se juntar às partes hostis à paz que não percam esta oportunidade (as legislativas) e se afastem destas pessoas", declarou o vice-presidente americano, pedindo eleições "igualitárias, livres e transparentes". Ele afirmou, entretanto, que não foi ao Líbano apoiar nenhuma parte ou instituição política.
A última visita de um vice-presidente americano a Beirute havia sido a de George Bush pai em 1983, um dia após o ataque contra instalações de marines americanos que matou 214 pessoas, atribuídas por Washington ao Hezbollah.
Biden devia ainda deve se encontrar com o ministro da Defesa, Elias Murr, ao lado do qual anunciará uma assistência militar ao Exército libanês, segundo a vice-presidência americana.