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Correa investe contra imprensa no Equador

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postado em 23/05/2009 16:25
Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou neste sábado uma drástica auditoria sobre as frequências concedidas pelo Estado aos meios de comunicação, durante seu programa semanal de rádio. "Vamos investigar, agir com toda a firmeza, há uma corruptela total e estamos dispostos a corrigir isto", assinalou o presidente. Segundo Correa, as frequências de rádio e TV têm sido terrivelmente "mal entregues e mal exploradas", e em vários casos houve tráfico de influência ou "irregularidades". "Estejam preparados, porque vamos lutar contra a corrupção, limpar tanta sujeira que tem deixado a politicagem de sempre. Já sei que vão dizer que é um atentado contra a liberdade de expressão". Correa prometeu agir com "toda a força da lei, sem importar o custo" ou as reações que possa gerar na Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). O presidente disse que em breve divulgará os resultados de um relatório do Conselho Nacional de Radiodifusão e Televisão com "coisas realmente horríveis" sobre o uso das frequências. O atual governo promoveu uma reforma constitucional - aprovada em referendo - que proíbe aos banqueiros possuir meios de comunicação. No momento, Correa controla dois canais de TV tomados de um grupo financeiro acusado de desfalque. O presidente equatoriano, que já foi criticado várias vezes pela SIP por "sua hostilidade" com a imprensa, garante que no Equador existe plena liberdade de informação. A decisão de Correa é anunciada dois dias após a polícia da Venezuela invadir a casa de Guillermo Zuloaga, presidente do canal de televisão Globovisión, que mantém uma linha editorial contrária ao governo do presidente Hugo Chávez. A batida policial foi precedida de duros ataques de Chávez à Globovisión, que o presidente chamou de TV "terrorista", que "viola a Constituição" e "incita ao ódio". A operação encontrou diversos carros de luxo, que segundo a polícia não tinham documentos, versão rejeitada por Zuloaga. Há dois anos, Chávez não renovou a licença da RCTV, que fazia clara oposição a seu governo, tirando do ar o canal mais visto na Venezuela.

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