postado em 26/05/2009 09:40
YANGUN - O regime militar birmanês encerrou oficialmente nesta terça-feira (26/5) quase seis anos de prisão domiciliar da Prêmio Nobel da Paz e líder da oposição, Aung San Suu Kyi, mas a "Dama de Yangun" permanecerá detida pela invasão de um americano em sua residência.
Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido de Suu Kyi, informou que um comandante da polícia entregou durante a manhã à líder da oposição à junta militar uma carta de notificação do fim das restrições vinculadas à prisão domiciliar, que cumpria desde 2003 e chegaria ao fim na quarta-feira. "O general de polícia Myint Thein veio à penitenciária e leu uma ordem que anulava a prisão domiciliar, com data de hoje", afirmou Win, antes de acrescentar que Aung San Suu Kyi recebeu uma cópia do texto.
Suu Kyi está sendo julgada desde 18 de maio na penitenciária Insein, norte de Yangun, e pode ser condenada a cinco anos de prisão. O regime militar a acusa de ter violado as restrições da prisão domiciliar por ter recebido em casa, no início de maio, um americano.
Mais cedo, a líder opositora birmanesa negou em um tribunal ter violado as regras da prisão domiciliar. "Não o fiz", respondeu Suu Kyi, 63 anos, ao ser questionada por um juiz na audiência desta terça-feira se admitia ter violado as restrições.
A junta militar birmanesa a acusa de ter violado as restrições da detenção ao receber em casa, em 4 de maio, durante dois dias, o americano John Yettaw, um veterano de guerra, que chegou à residência de Suu Kyi a nado.
O regime militar de Mianmar alegou ainda nesta terça-feira que teria o direito de prolongar por seis meses a prisão domiciliar de Suu Kyi, que expirava em 27 de maio, e tentou convencer a comunidade internacional que pretendia liberá-la até o incidente com Yettaw.
A posição da junta foi divulgada em um comunicado distribuído aos diplomatas e jornalistas que foram autorizados a acompanhar a audiência desta terça-feira.