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Cientista espanhol abre portas para a cura de graves doenças

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postado em 01/06/2009 08:15
Uma nova forma de corrigir células-tronco com defeito e reprogramá-las, até que elas adquiram a capacidade pluripotencial (de se transformarem em qualquer tipo de tecido). Foi isso o que o cientista espanhol Juan Carlos Izpiúa Belmonte, do Laboratório de Expressão Genética do Salk Institute (sediado em La Jolla, na Califórnia), conseguiu desenvolver. Em entrevista ao Correio, ele contou detalhes da pesquisa publicada pela revista científica Nature. Como o senhor reprogramou as células-tronco para que elas adquirissem a pluripotência? É a primeira vez que a ciência obtém essa façanha? Estudos recentes têm mostrado que a reprogramação induzida pode ser usada para gerar células-tronco pluripotenciais induzidas que podem ser valiosos modelos experimentais para investigar essas doenças e mesmo realizar avaliações de drogas. Para esse propósito, precisamos de células portadoras de doenças. Mostramos em nosso estudo que é possível corrigir a doença usando a terapia de genes no contexto da reprogramação induzida. Então, você obtém células livres de doenças que podem ser de potencial valioso para a aplicação de terapias celulares. Qual é a importância dessa descoberta, em termos de desenvolvimento de novas técnicas de terapia a base de células-tronco? A importância se mantém no fato de que, a princípio, nossa técnica poderia ser usada em qualquer doença que poderia ser corrigida pela terapia de genes e onde há perda ou alteração de um tipo específico de célula ; não apenas para a anemia de Fanconi. Antes de aplicarmos qualquer tratamento baseado em células-tronco pluripotenciais induzidas, importantes preocupações devem ser resolvidas. Quantas linhagens de células o senhor obteve e como elas poderiam ser usadas em benefício da humanidade? Conseguimos obter seis linhagens de células-tronco. O próximo passo será resolver as sérias preocupações dos protocolos atuais da geração e diferenciação de células-tronco pluripotenciais induzidas. Além do risco de câncer, que é provavelmente a questão mais importante, a eficácia precisará ser testada em cobaias animais, antes de tentarmos qualquer teste clínico. O senhor disse que os resultados têm um potencial valioso para as aplicações de terapia celular. Poderia dar exemplos? Outras doenças do sistema hematopoietico, como a doença da célula em foice ou imunodeficiência grave combinada ligada ao cromossomo X, também chamada de "doença do garoto da bolha".

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