postado em 04/06/2009 16:34
Milhares de muçulmanos entraram em choque com as tropas e a polícia durante um protesto em Srinagar, maior cidade da Caxemira indiana. As manifestações contra o governo indiano começaram após moradores locais terem acusado soldados de estuprarem e matarem duas mulheres.
Nissar Ahmed, um manifestante, morreu em um hospital de Srinagar após ser atingido na cabeça por um projétil de gás lacrimogêneo no começo desta semana. A informação partiu de um policial, que falou sob anonimato. Os manifestantes desafiaram as restrições do governo indiano sobre reuniões públicas e levaram o corpo de Nissar Ahmed em procissão, gritando "queremos liberdade" e "sangue por sangue".
Em pelo menos quatro localidades da Caxemira irromperam choques com manifestantes após a polícia e soldados paramilitares terem disparado projéteis de gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas. Pelo menos 40 manifestantes ficaram feridos, de acordo com a polícia. O sentimento contra a Índia é tão forte na Caxemira, único estado de maioria islâmica no país, que soldados indianos são rapidamente responsabilizados por mortes suspeitas.
Desde sábado mais de 250 pessoas ficaram feridas, quando as autoridades recuperaram os corpos de uma garota de 17 anos e sua cunhada, de 22 anos, em um poço em Shopian, 60 quilômetros ao sul de Srinagar. A polícia disse que aparentemente as mulheres se afogaram, mas as famílias e habitantes locais acusaram forças do governo da Índia de terem estuprado e matado as mulheres. Os militares e os paramilitares não responderam às acusações.
Lojas e escritórios do governo permaneceram fechados em grande parte da Caxemira pelo quarto dia seguido, em uma greve convocada pela Conferência Hurriyat de Todos os Partidos, uma coalizão de partidos separatistas não violentos. Omar Abdullah, líder da Conferência Nacional da Caxemira, ordenou um inquérito sobre as mortes das mulheres.