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Cientista cria microchip para ajudar no diagnóstico da malária

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postado em 07/06/2009 09:30
Kyoga Margaret, de 42 anos, já perdeu as contas de quantas vezes teve malária. Moradora de Kampala, capital de Uganda, ela afirmou ao Correio que uma vez por ano costuma ser infectada pelo plasmódio, protozoário transmitido pelo mosquito Anopheles. ;Você perde o apetite, vomita, se sente muito fraco e com frio, tem dores nas articulações e na cabeça. Pode até matar, se você não procurar tratamento médico logo;, conta a mulher.

Em Kisumu, 350km a noroeste de Nairóbi ; capital do Quênia ;, a doença já não assusta o farmacêutico James Wariero, de 31 anos. A última vez que ele contraiu o mal foi no fim do ano passado. ;Eu durmo sob um mosquiteiro e agora já não tenho tanta malária. Mas o tratamento está mais acessível e os remédios podem ser comprados;, explica. ;Quando você tem uma febre, por causa de uma infecção viral, pensa que pode ter contraído a doença.; Segundo ele, gestantes e crianças com menos de 5 anos são mais suscetíveis de morrer. Para ajudar a conter as mortes por malária no mundo, uma cientista britânica criou um microchip capaz de fazer um diagnóstico preciso em poucos minutos.

Por e-mail, Lisa Ranford-Cartwright, especialista em parasitologia da Universidade de Glasgow e líder do projeto financiado pela Comissão Europeia, explicou ao Correio que o chip é desenvolvido pela empresa ST Microelectronics, com sede em Genebra. ;Nosso produto possui um termocircuito que multiplica o DNA do parasita (plasmódio), em um processo conhecido como reação em cadeia da polimerase (PCR, pela sigla em inglês);, afirmou. O método amplifica o DNA do plasmódio sem a necessidade de utilizar um organismo vivo. ;O DNA multiplicado passa por microcamadas que têm minúsculos pedaços de DNA do parasita. Quando este e o DNA se combinam, eles se colam e nos oferecem um sinal, um indício da infecção;, explicou. Em resumo, o microchip rastreia no sangue do paciente os traços da doença e permite a indicação da melhor droga para combatê-la.

Personalizado
Segundo Lisa, as sondas se situam em uma série de pontos do microchip, o que possibilita aos cientistas definir um padrão de pontos para cada paciente. ;Nós podemos usar esse padrão para determinar quais espécies de parasitas da malária infectam o doente, e se eles são resistentes a drogas;, comemorou a especialista. Por enquanto, o chip está em processo de desenvolvimento e ainda não existe perspectiva de comercialização. ;Acredito que em 2011 sejamos capazes de começar a testar e comparar os resultados com o diagnóstico por meio de lâmina em amostras de pacientes;, acrescentou. Estudiosa da malária há 21 anos, Lisa afirmou que o microchip é mais sensível do que o teste normal por amostra sanguínea.

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