postado em 07/06/2009 14:14
Os colégios eleitorais do Líbano fecharam neste domingo (07/06) às 19h (13h00 de Brasília), encerrando as eleições legislativas marcadas por uma participação em massa e uma disputa apertada entre a maioria apoiada pelo Ocidente e a minoria liderada pelo Hezbollah, o aliado do Irã.
As autoridades precisaram, no entanto, que todas as pessoas que estivessem ainda na região dos centros de votação seriam autoridades a votar, após a hora do fechamento oficial. Os resultados serão divulgados apenas na segunda-feira.
Segundo o ministro do Interior, Ziad Baroud, o índice de participação estava em torno de 40% às 15H00 (9H00 de Brasília), contra 45% no fechamento dos colégios nas últimas eleições legislativas de 2005.
De acordo com as pesquisas, a batalha se anuncia apertada, principalmente nas regiões cristãs onde os eleitores são divididos entre os dois campos. O campo vencedor deve ficar com duas ou três cadeiras a mais.
O voto ajudará a determinar se o futuro governo deste pequeno país mediterrâneo, que divide fronteiras com a Síria e Israel, continuará beneficiando do apoio ocidental, principalmente o dos EUA.
Pesquisas de boca de urna dão vantagem ao Hezbollah.
Pouco mais de 3,2 milhões de libaneses foram convocados a comparecer às urnas. Muitos são expatriados que precisarão viajar até o Líbano, já que a lei eleitoral não permite o voto no estrangeiro.
Os eleitores escolheram 128 deputados entre os 587 candidatos que se inscreveram. As cadeiras do parlamento são divididas igualmente entre cristãos e muçulmanos, para mandatos de quatro anos. Cada comunidade religiosa tem direito a um número de cadeiras proporcional a seu peso demográfico nas 26 circunscrições do país. Os deputados são designados pelo eleitorado em um sistema de votação por maioria simples.
Pela primeira vez no país, as eleições aconteceram em um só dia, e foram acompanhadas por mais de 200 observadores internacionais. Cerca de 50.000 soldados e policiais foram mobilizados para o esquema de segurança, para garantir a tranquilidade da votação.
Há quatro anos, o Líbano enfrenta uma profunda instabilidade política. Desde 2005, o país testemunhou assassinatos políticos, uma guerra arrasadora entre o Hezbollah e Israel, combates em um campo de refugiados palestinos entre o exército e militantes islâmicos, uma aguda crise política e choques intercomunitários que deixaram mais de 100 mortos.
As legislativas anteriores, em 2005, foram vencidas pela coalizão anti-Síria, depois do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, pelo qual muitos acusam Damasco, que havia deixado o país neste mesmo ano, após quase 30 anos de ocupação.