postado em 07/06/2009 21:01
Os povoados e os cruzamentos de rodovias na Amazônia peruana permaneceram sob forte custódia militar e policial, neste domingo (07/06), após choques das Forças Armadas e da polícia com indígenas terem deixado 31 mortos, 155 feridos e 72 detidos, segundo informações do governo. Tanto o governo quanto os indígenas trocam acusações por massacres e violência. Unidades policiais e do Exército permaneceram nas ruas de Bagua, no departamento (estado) de Amazonas, uma das cidades onde aconteceram os choques e nas quais permanece em vigor o toque de recolher desde a sexta-feira passada, quando começaram os confrontos.
Também foram destacados policiais e militares para a chamada "Curva do Diabo", o trecho de uma rodovia onde o Exército desalojou com força o bloqueio que os indígenas haviam montado em 9 de abril. O governo peruano assegura que 13 policiais foram mortos na rodovia e outros nove durante a tomada da Estação Petroleira 6, no distrito de Imazita. Segundo o governo, eles foram maltratados e assassinados pelos manifestantes amazônicos.
O líder indígena Champion Nomingo negou que os indígenas tenham usado armas de fogo, como afirmaram as autoridades, que reportaram a perda de 42 fuzis AKM (uma versão do AK-47), dos quais sete foram devolvidos. Nomingo reiterou que não são nove os indígenas mortos, mas mais de 30. Os indígenas protestam contra um decreto do governo para a exploração de petróleo e gás natural na Amazônia peruana. O decreto diz que as empresas não precisam mais consultar as comunidades nativas antes de explorar as reservas minerais em terras indígenas.