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Brown reage e anuncia reforma do Parlamento após escândalo

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postado em 10/06/2009 12:13
LONDRES - O primeiro-ministro britânico Gordon Brown tentou recuperar a iniciativa política no país nesta quarta-feira (10/6) ao promover uma série de reformas para modernizar o Parlamento, cuja reputação foi abalada pelo escândalo dos gastos abusivos de vários deputados. Brown se comprometeu em especial a que as notas fiscais dos gastos dos deputados, que tiveram os excessos revelados em uma série de reportagens do jornal Daily Telegraph, sejam divulgadas nos próximos dias e que os infratores sejam excluídos do Parlamento no futuro. "Todos devemos ter a humildade de reconhecer que a confiança do público se viu afetada depois que o prestígio da instituição foi manchado, e que só poderá ser restaurado com mudanças fundamentais", declarou Brown. O chefe de Governo britânico fez a declaração poucos dias depois de uma histórica derrota eleitoral e após a renúncia de quase 10 ministros, em um cenário de muita pressão por sua saída do poder. Vários projetos de lei que pretendem reformar e modernizar o funcionamento das duas Câmaras do Parlamento, dos Comuns e dos Lordes, serão apresentados antes do fim da atual legislatura, em 21 de julho. Brown confirmou que uma autoridade independente será criada para controlar de modo mais eficiente os gastos dos deputados no futuro, além de revisar o que fizeram nos últimos quatro anos, período que está no centro do escândalo. "Westminster não pode funcionar segundo as modalidades do século passado, quando os membros estabeleciam e aplicavam as regras entre eles", insistiu Brown. O governo também deseja introduzir um "código de boa conduta" para os deputados e reforçar as possíveis sanções em caso de infração. Nenhum representante foi expulsado dos Comuns nos últimos 55 anos e um deputado pode, inclusive, manter a cadeira se for condenado a uma pena inferior a um ano de prisão, lembrou Brown. O primeiro-ministro se comprometeu ainda a acelerar a reforma da Câmara dos Lordes, cujos membros têm suas cadeiras garantidas por direito hereditário ou por nomeação da rainha Elizabeth II. O governo pretende suprimir o direito hereditário e fazer com que entre 80 e 100% dos membros da Câmara dos Lordes sejam eleitos nas urnas.

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