postado em 10/06/2009 18:25
A campanha presidencial adquiriu um tom polêmico no Irã com a advertência sem precedentes feita pelo ex-presidente Akbar Hachémi Rafsandjani ao guia supremo Ali Khamenei sobre possíveis confrontos se ele mantiver silêncio no conflito que o opõe ao atual presidente, Mahmud Ahmadinejad.
Este acusou Rafsandjani e seu filho Mohsen de corrupção, durante um debate na televisão que tinha como oponente Mir Hossein Mussavi, o principal adversário de Ahmadinejad nas eleições desta sexta-feira.
Rafsandjani teve seu direito de resposta recusado pela televisão de Estado, que tem seu diretor nomeado pelo guia supremo.
Ahmadinejad voltou a atacar a esposa de seu principal concorrente, Zahra Rahnavard, a quem acusou de ter obtido ilegalmente o doutorado em ciências políticas.
E aproveitou, sem citar o nome, para criticar o ex-presidente conservador Akbar Hachemi Rafsandjani, a quem havia acusado de orquestrar a campanha de Mussavi.
Zahra Rahnavard obteve seu diploma na 'Universidade Azad, uma rede universitária paga criada há mais de 20 anos por Rafsandjani.
Durante toda a campanha, o presidente ligou o nome de Mussavi ao de Rafsandjani, a quem havia derrotado no segundo turno das presidenciais de 2005.
A campanha eleitoral termina oficialmente nesta quinta-feira, às 08h00 locais (03h30 GMT), exatamente 24 horas antes da abertura das urnas.
No encerramento da campanha, na televisão, Ahmadinejad voltou a defender suas realizações.
"Realizamos muitas coisas", disse em resposta a três adversários que o acusam de ter dito mentiras durante a campanha.
Mencionou, entre outras, a "construção de hospitais", o aumento de 70% no número de estudantes", "a construção de barragens", e ainda o "desenvolvimento nuclear" e "a tecnologia de satélites".
Admitiu problemas com a economia. "Mas estamos seguindo o bom caminho", acrescentou.