postado em 10/06/2009 19:50
Um ex-funcionário do departamento de Estado americano e sua mulher, acusados de espionar para Cuba durante cerca de 30 anos, continuarão na prisão durante seu julgamento, decidiu nesta quarta-feira um juiz federal de Washington.
Walter Kendall Myers, de 72 anos, e sua mulher, Gwendolyn Steingraber Myers, de 71, detidos na semana passada pelo FBI sob a acusação de espionagem, podem ser condenados a até 35 anos de prisão.
O casal entrou com um pedido de liberdade condicional vigiada com uma pulseira eletrônica enquanto aguarda o julgamento, mas, o juiz federal John Facciola estimou que existe um risco de fuga grande demais para acatar a solicitação.
O magistrado cita a idade dos acusados e o risco que correm de terminar suas vidas na prisão como "a motivação mais evidente" para uma eventual fuga, além da boa acolhida que receberiam em Cuba caso conseguissem se refugiar na ilha.
Facciola explica também que o casal vive em Washington, "a dez minutos de taxi" da "Seção de Interesses Cubanos", que funciona como a embaixada cubana na capital americana.
"Uma vez que tenham entrado no prédio, de fato, terão fugido dos Estados Unidos", argumenta o juiz.
Evocando sua "hostilidade" em relação aos Estados Unidos, o magistrado lembra que o casal Myers, enganado por um agente do FBI encoberto que obteve suas confissões fazendo-se passar por espião cubano, explicou ao agente disfarçado "os planos que tinham elaborado para fugir caso o governo os desmascarasse".
O juiz destaca também que, excelentes navegantes, Walter e Gwendolyn possuem um barco atracado perto de Washington, no qual poderiam fugir para Cuba.
Myers começou a espionar para Cuba cerca de seis meses depois de uma viagem à ilha, em dezembro de 1978, segundo a confissão do casal. O casal filtrava informações para os agentes do regime comunista através de um sistema de troca de carrinhos de compra em supermercados.