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Dissidente Hilda Molina autorizada a deixar Cuba

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postado em 12/06/2009 14:38
BUENOS AIRES - A dissidente cubana Hilda Molina, que luta há anos por uma permissão para ir para a Argentina, onde moram seu filho, dois netos e sua mãe, foi autorizada a deixar Cuba, declarou nesta sexta-feira à imprensa a presidente argentina Cristina Kirchner. Ela é uma neurocirurgiã de fama internacional, estando proibida de trabalhar e de sair da Ilha. Hilda enviou em meados de dezembro de 2008 uma carta à embaixada de Buenos Aires em Havana, pedindo a intercessão da presidente Cristina Fernández de Kirchner. Hilda dizia na carta: "o meu pedido tem como base uma questão humanitária. Minha condição de mãe e avó é completamente diferente de minha condição de dissidente". Em seu blog, num texto de 10 de janeiro deste ano, Hilda Molina conta que, "quando em 1994 me desvinculei, por vontade própria, do sistema político imposto em meu país, estava convencida de que teria que percorrer um longo e doloroso calvário. Hoje, quase 15 anos depois, posso afirmar que a realidade superou, com juros, todas as avaliações daquele momento, porque os que nos decidimos a enfrentar pacificamente a este governo, nos expusemos, não só a sua nefasta repressão, como também às agressões do conjunto de verdugos nacionais e forasteiros que o auxiliam. Pois se trata de um governo onipotente, que durante meio século tem exigido, irracionalmente, que os habitantes desta ilha, sem exceção, pensemos, sintamos, falemos e atuemos segundo os seus desígnios". E prossegue: "trata-se de um governo que reprime, desqualifica e calunia, mediante os mais dissimulados métodos; por isso nos rebelamos, ante esses desígnios. É que o ódio e a intolerância, meticulosamente semeados durante 50 anos, influenciaram perniciosamente os integrantes desta sociedade enferma. Este governo e seus cúmplices de outras regiões do planeta não aceitam nem respeitam as diferenças em Cuba. Tratam a população do país, não como membros legítimos da humanidade pensante, mas como um rebanho de escravos alienados, incapazes de pensar, sentir, falar livremente e de decidir seus próprios destinos".

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