postado em 13/06/2009 19:16
Seul - A Coreia do Norte anunciou neste sábado que enriquecerá urânio e utilizará plutônio com fins militares e que qualquer bloqueio será considerado um ato de guerra, em resposta às sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU após o seu teste nuclear de 25 de maio.
"Em primeiro lugar, todo o plutônio extraído será utilizado com fins militares. Um terço das barras de combustível já foram tratadas", indicou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
"Em segundo lugar, começaremos a enriquecer urânio", acrescentou o texto.
Além disso, o regime norte-coreano indicou que qualquer bloqueio será considerado um ato de guerra e assegurou que jamais abandonará seu programa nuclear.
Esta é a primeira reação oficial norte-coreana desde que o Conselho de Segurança da ONU decidiu, na sexta-feira, endurecer suas sanções contra Pyongyang em resposta a seu teste nuclear.
A resolução 1874 estabelece um sistema reforçado de inspeção de cargas áereas, marítimas e terrestres com destino à Coreia do Norte ou que provenham deste país, assim como uma ampliação do embargo de armas.
A medida também inclui um endurecimento das sanções financeiras contra o hermético regime comunista asiático, mas não autoriza o uso da força contra Pyongyang.
O regime norte-coreano havia negado, em 2002, as acusações de Washington de que desenvolvia um programa secreto de enriquecimento de urânio e realizava operações com plutônio.
As unidades norte-coreanas de produção de plutônio haviam sido fechadas após um acordo concluído em 2007 entre os seis países que negociam o desarmamento (Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Japão e Rússia), mas Pyongyang reativou seu programa nuclear depois de ser condenada pelo Conselho de Segurança, em 5 de abril, pelo lançamento de um míssil de longo alcance.
"Se tornou uma opção absolutamente impossível para a República Popular e Democrática da Coreia abandonar seu programa nuclear", destaca o comunicado de Pyongyang.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, reagiu à decisão afirmando que as "contínuas provocações" dos norte-coreanos no âmbito nuclear são "extremamente lamentáveis".
"Foram denunciados por todo o mundo. Estão cada vez mais isolados. E não interessa ao povo norte-coreano que este isolamento dure", afirmou Hillary em uma visita ao Canadá.
"Temos a intenção de fazer todo o possível para impedir a proliferação (nuclear) por parte dos norte-coreanos", acrescentou a secretária de Estado.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou na sexta-feira que a resolução do Conselho de Segurança envia uma "mensagem forte e clara" a Pyongyang.
"Atuando de forma unânime e aplicando medidas críveis, os membros do Conselho de Segurança enviaram uma mensagem forte e clara", disse Ban, que acredita em que "todas as diferenças devem ser resolvidas de maneira pacífica, através do diálogo".