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Mousavi protocola pedido de anulação de eleição iraniana

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postado em 15/06/2009 08:15
O candidato opositor e ex-primeiro-ministro Mir Houssein Moussavi pediu ontem oficialmente a anulação das eleições presidenciais iranianas, realizadas na sexta-feira. Em uma declaração em seu site na internet, Moussavi disse que pediu a um órgão legislativo que cancele o resultado das eleições. Derrotado pelo presidente Mahmud Ahmadinejad, Moussavi exortou seus seguidores a prosseguir com as manifestações de ;forma pacífica e legal;. ;É como numa partida de futebol. Alguns torcedores ficam bravos e têm problemas com a polícia;. Com essa analogia, Ahmadinejad justificou ontem, durante entrevista coletiva no palácio presidencial, a prisão de cerca de 170 membros da oposição, segundo dados da imprensa estatal, que rejeitaram o resultado oficial da votação, denunciando fraude. Mousavi está em prisão domiciliar desde sábado e o candidato reformista Mehdi Karroubi tem a casa vigiada. Para sair, ele precisa informar às autoridades aonde vai. Segundo o chefe da polícia iraniana, Ahmad Reza Radan, dos 170 detidos, dez eram os ;principais organizadores; dos protestos e 60, ;apenas baderneiros;. O restante teria sido preso por estar na região das manifestações. Entre os detidos estão Berzad Nabavi, líder da Organização dos Mujahedin da Revolução Islâmica e ministro da Indústria no governo de Moussavi (1981-89); Mustafa Tadjadeh, ex-ministro do Interior e assessor do ex-presidente reformista Mohammed Khatami (1997-2005); Mohsen Aminzadeh, ex-ministro das Relações Exteriores; e Said Shariati, porta-voz da Frente de Participação do Irã Islâmico. Ontem, as redes de telefonia celular da capital foram restabelecidas, mas ainda não era possível enviar mensagens de texto dos aparelhos. Segundo o jornal britânico The Guardian, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, teria aconselhado Moussavi a evitar qualquer comportamento ;provocador; e a aceitar os resultados das urnas. Pelo segundo dia consecutivo, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar. Foram dispersos com golpes de cassetete e bombas de gás lacrimogêneo. Dezenas de manifestantes foram presos. A reportagem viu três jovens agachados na calçada, com os pulsos atados uns aos outros com fios de nylon, sendo interrogados por homens à paisana. Os manifestantes atacaram a polícia com pedras e coquetéis molotov e atearam fogo em montes de papéis nas ruas.

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