postado em 18/06/2009 13:07
PORTO PRÍNCIPE - Grupos de manifestantes queimaram um veículo da Organização das Nações Unidas (ONU) em Porto Príncipe, no Haiti. O episódio é mais um exemplo da tensão antes das eleições para o Senado no Haiti no fim de semana.
Pelo menos duas pessoas morreram em confrontos de seguidores de diversos partidos em outras partes do país. Os protestos estudantis, agora em sua quarta semana, são parte de uma onda de violência prévia ao segundo turno das eleições, previsto para o domingo. Devem ser escolhidos 11 novos ocupantes de cargos vagos no Parlamento.
Dois policiais da ONU conduziam o automóvel em frente a uma faculdade de medicina da universidade estatal quando os estudantes os atacaram com pedras, segundo um porta-voz policial da ONU. Os policiais escaparam ilesos, mas o veículo foi queimado. Os choques continuaram entre os capacetes azuis das Nações Unidas, que rodearam o veículo, e os estudantes, que seguiam lançando pedras da faculdade.
Os protestos estudantis começaram no fim de maio contra a eliminação de aulas de medicina e rapidamente se converteram em manifestações contra a presença dos 9 mil soldados da ONU, que estão no país desde 2004, em uma força coordenada pelo Brasil. Outro objetivo dos protestos é aumentar o salário mínimo nacional, hoje em US$ 5 por dia. Os haitianos acompanham as manifestações, já que protestos estudantis similares provocaram importantes acontecimentos, como a rebelião de 2004 que expulsou o então presidente Jean-Bertrand Aristide do país e a queda do ditador Jean-Claude Duvalier, em 1986.