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Khamenei afirma que povo escolheu quem desejava e exige fim dos protestos

postado em 19/06/2009 08:34
TEERÃ - O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta sexta-feira (19/6) que "o povo escolheu quem queria" como presidente do Irã, na votação da semana passada criticada pela oposição e que terminou com a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad. Khamenei pediu ainda o fim dos protestos contra os resultados das eleições presidenciais, advertiu que não cederá às ruas e responsabilizou o "extremismo" da oposição por qualquer ato de violência. Em uma pregação na Universidade de Teerã, o guia supremo, a personalidade mais importante do Irã, também afirmou que "a eleição demonstrou a confiança no regime islâmico", com uma participação excepcional de 85% nas eleições de 12 de junho. "Eu quero dizer a todos que estas coisas (as manifestações de rua) devem acabar. Estas ações estão sendo realizadas para pressionar os líderes, mas nós não vamos ceder a elas. Eu peço a todos para acabar com estas coisas", afirmou Khamenei na Universidade de Teerã. O aiatolá Khamenei declarou ainda que não hesitará em denunciar aqueles que escolhem outra via que a de participar na festa eleitoral. O guia supremo advertiu contra o "extremismo" que pode resultar na violência, em uma mensagem destinada aos partidários dos três candidatos que questionam a reeleição do presidente radical Mahmud Ahmadinejad na votação de 12 de junho. O aitolá rejeitou as denúncias de fraudes e reiterou que o presidente foi reeleito com 24,5 milhões dos votos, o que equivale 63% do eleitorado. No entanto, fez uma pequena concessão ao afirmar que qualquer dúvida sobre os resultados deve ser examinada por meio dos canais legais. Khamenei também expressou apoio a Ahmadinejad. "As opiniões do presidente são mais próximas das minhas que as de Akbar Hachemi Rafsanjani", declarou, em uma referência ao ex-presidente da República Islâmica, que apoiou o candidato moderado Mir Hossein Moussavi, que segundo os resultados oficiais recebeu 34% dos votos. O guia supremo do Irã criticou ainda a atitude dos países ocidentais a respeito da reeleição de Ahmandinejad e dos protestos em Teerã. "Os diplomatas de vários países ocidentais que falavam conosco até agora com uma linguagem diplomático mostraram sua verdadeira face, em primeiro lugar o governo britânico", disse Khamenei durante seu sermão. Os países ocidentais se limitaram em geral a criticar a repressão das manifestações, mas alguns pediram uma investigação das denúncias de fraude. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou que o Irã deveria responder as sérias perguntas levantadas com a reeleição de Ahmadinejad. A República Islâmica do Irã protestou durante a semana contra a interferência estrangeira em seus assuntos internos.

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