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Nigéria inicia negociação de cessar-fogo com milícias

postado em 20/06/2009 17:08
LONDRES - O coronel do exército da Nigéria, Usman Yusuf, disse que deu início a negociações diretas de desarmamento com as milícias locais, no que parece ser o primeiro reconhecimento público de conversações entre militares e rebeldes desde que o presidente do país, Umar Yar'Adua, fez uma oferta de anistia esta semana. Membros do exército e os rebeldes haviam dito antes que nenhum contato havia sido feito, apesar das promessas de ambos os lados de encerrar o conflito na região do Delta do Níger. As negociações podem representar o primeiro passo para aliviar os conflitos, que já provocaram a interrupção da produção de 500 mil a 1 milhão de barris por dia na maior bacia petrolífera da África. Yusuf disse que sua área de responsabilidade cobre o Estado de Rivers, o mais rico do Delta, e que está conversando com grupos de manifestantes localizados em Elem Minama e Kula. Essas duas comunidades estão próximas de oleodutos operados por uma unidade da Royal Dutch Shell atacada no ano passado. O principal guarda-chuva para os grupos de milícias, o Movimento pela Emancipação do Delta do Níger (Mend), pede mais igualdade na distribuição da renda proveniente do petróleo e vinha consistentemente rejeitando as propostas do governo. Mas Farah Dagogo, um dos principais líderes do grupo, disse que a oferta de anistia do governo poderá ser aceita se um outro líder do movimento, Henry Okah, for libertado. Kennedy West, presidente da Associação para a Não-violência no Delta do Níger e que atua como mediador entre o exército e os militantes, confirmou as negociações e as classificou como "um grande passo". Segundo ele, "esta é a primeira vez" que o exército do país entra em negociações desse tipo, que, segundo ele, são cruciais para qualquer processo de desarmamento.

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