postado em 20/06/2009 19:01
PORTO PRÍNCIPE - A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) reforçou sua operação de segurança em função das eleições legislativas de domingo, que completarão a composição do Senado local, informaram militares do organismo.
Depois de duas semanas de manifestações - que deixaram um morto - no distrito político da capital, onde estudantes da Universidade do Estado pedem um aumento do salário mínimo, a habitual presença dos Capacetes Azuis da ONU nas ruas do país e principalmente na capital Porto Príncipe será reforçada.
Mais de 7 mil militares que integram a Minustah ficarão encarregados das tarefas de segurança que cobrirão todo o país por terra, mar e ar. A operação não apenas multiplica as operações de patrulha, como também permite o transporte de material eleitoral a zonas de difícil acesso.
Em Porto Príncipe, a atenção estará voltada para as manifestações que acontecem diariamente e a áreas de maior perigosidade como a Cité Soleil, que foi base de quadrilhas de delinquentes e ex-militares nos primeiros anos de ação da Minustah, a partir de 2004.
Ambas as zonas estão sob responsabilidade das tropas brasileiras da Minustah, que vigiam um terço da cidade, no qual residem cerca de 1,5 milhão de pessoas.
No comando central do batalhão brasileiro, o chefe de operações, coronel Newton Bochi, explicou a operação e mostrou um mapa de satélite dos centros de votação coloridos de acordo com o nível estimado de risco.
As tropas da Minustah não entrarão nos locais de votação a menos que seja necessário por questão de segurança. Dentro dos centros, a vigilância fica nas mãos das autoridades locais, a polícia nacional haitiana e os observadores oficiais, com a assessoria de especialistas em segurança das Nações Unidas.
Esta mobilização de tropas acontece depois que, em abril passado, ocorreram incidentes violentos durante as eleições legislativas parciais em diversas regiões, o que levou as autoridades a cancelar as votações no centro do país.