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Novo governo dos EUA completa indicação dos novos embaixadores nas Américas

postado em 21/06/2009 08:20
Barack Obama já escolheu os nomes que vão compor a linha de frente de sua política para as Américas. Após a esperada aprovação do Senado aos indicados, o continente será acompanhado de perto por diplomatas e acadêmicos com vasto conhecimento da região e bom trânsito em Washington. No posto de subsecretário para o Hemisfério Ocidental, principal cargo do Departamento de Estado para as Américas, deverá assumir o renomado pesquisador chileno-americano Arturo Valenzuela, especialista em América Latina. As embaixadas do Brasil, do México e da Argentina - representações-chave para o governo Obama na região - também receberão novos e importantes nomes, como Thomas Shannon, que foi nos últimos três anos o homem da Casa Branca para o continente e está fazendo as malas para se estabelecer em Brasília. "Essas escolhas mostram interesse em ter profissionais experientes no comando. Demonstram ainda que o governo quer que a América Latina cresça em sua diplomacia sobre uma base sólida", afirma Ray Walser, analista da Fundação Heritage. Apesar de não figurar entre as prioridades da política externa da nova administração, a região teve bastante destaque nos cinco primeiros meses de Obama no poder. Nesse período, ele recebeu o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Casa Branca, visitou o México, suspendeu restrições de viagens a Cuba e se reuniu com os líderes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) durante a Cúpula das Américas (1), em Trinidad e Tobago. Na próxima semana, será visitado pela presidenta do Chile, Michelle Bachelet, e dias depois pelo colombiano, Álvaro Uribe - aliado preferencial do governo Bush na América do Sul. Tudo para mostrar que o continente tem agora mais relevância. Na mesma linha, seguem as mudanças nos braços do Departamento de Estado pela região. Para especialistas ouvidos pelo Correio, os nomes apontados por Obama indicam que a intenção é acompanhar a situação na América Latina pelos olhos de quem realmente entende sua dinâmica. Foi assim com Valenzuela. "Poucas pessoas conhecem e compreendem melhor a política e a economia latino-americanas. Ele tem uma vasta rede de amigos em toda a América Latina e está perto dos principais nomes da política externa em Washington", destaca Peter Hakim, presidente do Diálogo Interamericano. O currículo respeitável ajudará o novo subscretário a enfrentar desafios de porte, como o aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas, especialmente no México, a abertura ao diálogo com Cuba e a aproximação com os governos de esquerda. "Existem poucas pessoas tão qualificadas como ele. Valenzuela será capaz de se virar em qualquer encontro com Hugo Chávez, Rafael Correa ou Evo Morales", opina Marc Chernick, companheiro de pesquisas do futuro subsecretário na Universidade Georgetown. "Acredito que Valenzuela guiará bem a política em relação a Cuba e produzirá evidências de que é possível haver progresso nesse diálogo", complementa Walser. Brasil Cotado desde o começo do ano para substituir o atual embaixador dos EUA em Brasília, Clif-ford Sobel, o subsecretário para o continente, Tom Shannon, deve chegar ao Brasil no próximo semestre com o gabarito de quem dedicou 16 dos últimos 20 anos a assuntos relacionados à América Latina. Em fevereiro, ele admitiu ao Correio, em bom português - língua que fala com fluência desde que trabalhou na embaixada em Brasília, no início dos anos 1990 -, que assumiria o posto com "muito praze", caso fosse convocado por Obama. Leia matéria completa na edição deste domingo do Correio

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