postado em 21/06/2009 12:00
A Síria, um aliado regional do Teerã, disse hoje que a eleição disputada no país persa foi "democrática" e que este é um assunto interno do Irã. Por outro lado, o presidente de Israel, Shimon Peres, elogiou os manifestantes pró-reforma do Irã, dizendo que os jovens devem "levantar a voz pela liberdade", em um mensagem explícita de apoio de um país que se considera o mais ameaçado pelo governo linha dura de Teerã.
[SAIBAMAIS]
O jornal estatal Al-Thawra da Síria disse que seria muito difícil, se não impossível, "quebrar" o regime iraniano. O editorial de hoje do Al-Thawra descreveu o Irã como uma pedra fundamental na segurança da região e disse que a eleição presidencial de 12 de junho foi "democrática" independente do resultado. Este foi o primeiro comentário da Síria com relação aos protestos no Irã. Importantes países árabes até agora mantêm um silêncio sobre os desenvolvimentos no Irã, aparentemente relutantes em antagonizar o regime de Teerã que patrocina grupos militantes como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, nos territórios palestinos.
Em Jerusalém, o presidente israelense Shimon Peres sugeriu que os manifestantes iranianos podem derrubar seus líderes. "Deixem os jovens levantarem sua voz pela liberdade, deixem as mulheres iranianas... Expressarem sua sede por igualdade", disse Peres durante um encontro mundial com líderes judeus. Se os protestos que tomaram as ruas do Irã após a eleição que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad continuarem, disse Peres, "com esperança o governo pobre desaparecerá".
Israel acredita que o Irã está desenvolvendo armas nucleares que podem ter o país como alvo, uma acusação negada por Teerã. O governo israelense diz que prefere ver o programa nuclear do Irã ser barrado através da diplomacia, mas não descarta um ataque militar.
Até agora, as autoridades israelenses tem feito poucos comentários sobre a onda de protestos no Irã desde a eleição presidencial. Inicialmente, as autoridades indicaram que viam pouca diferença entre Ahmadinejad e seu rival Mir Hossein Mousavi, que se declara vencedor do pleito.