Mundo

Polêmica entre dissidente cubana Hilda Molina e Mães da Praça de Maio

Agência France-Presse
postado em 21/06/2009 15:19
Buenos Aires - Uma inesperada polêmica surgiu neste domingo na Argentina quando a médica dissidente cubana Hilda Molina criticou as Mães da Praça de Maio por %u201Creverenciar%u201D o governo de Cuba, recebendo uma resposta de Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio. %u201CElas (as Mães) sofreram a perseguição de uma ditadura e, no entanto, reverenciam outras ditaduras, como a que existe em Cuba, que é uma ditadura de esquerda, enquanto a que houve aqui foi de direita%u201D, declarou Molina à revista Perfil. A médica cubana, que depois de 15 anos foi autorizada por Havana a visitar a mãe doente em Buenos Aires e outros familiares, revelou que entre as gestões que fez para obter a permissão não recorreu às Mães da Praça de Maio. %u201CSei que não iriam fazer nada porque reverenciam tanto aquela ditadura que demoniza os que pensam diferente. As Mães sofreram muito, lutaram por suas famílias e isto merece o maior respeito. Não quis irritá-las e por isso não recorri a elas%u201D, explicou. Na resposta, Estela de Carlotto advertiu que "quem ofende o lenço (branco, símbolo das Mães e das Avós), esteja acima da cabeça de quem for, está ofendendo a todas. Os que ofendem as Mães estão ofendendo a todas". %u201CAcredito que a senhora Hilda Molina teria que estar desfrutando o que veio fazer, que é estar com sua família e seus netos. Não tem que julgar ninguém, menos ainda aqui na Argentina, onde está sendo muito bem recebida e até sua chegada foi propiciada pelo próprio Estado%u201D. Em declarações à rádio Diez, a presidente das Avós opinou que "a revolução liderada por Fidel Castro e seu irmão foi uma libertação do povo, com erros e virtudes".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação