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Concentrações de amoníaco na atmosfera são maiores que o esperado

Agência France-Presse
postado em 21/06/2009 16:34
Paris - A concentração de amoníaco na atmosfera, principalmente devido à intensificação da agricultura, foi subestimada no hemisfério norte, segundo um estudo publicado neste domingo (21/06) pela revista Nature Geoscience. %u201CNa atmosfera, o amoníaco (NH3) acelera a formação de partículas reduzindo a qualidade do ar%u201D, segundo os pesquisadores da Universidade Livre de Bruxelas e da Universidade Pierre e Marie Curie de Paris. %u201CAs concentrações elevadas de amoníaco afetam a fauna, a flora e a qualidade do ar a nível local%u201D, afirma um comunicado do Centro Nacional de Pesquisa Científica. O Interferômetro Atmosférico de Sondas Infravermelhas (IASI) do satélite Metop, utilizado para estas medições, permitiu elaborar o primeiro mapa global de fontes de amoníaco. Segundo os resultados, as maiores concentrações de amoníaco estão acima do paralelo norte 30 e as regiões mais afetadas são aquelas com uma forte densidade de população agrícola, especialmente Índia e China, mas também nos vales do Pó (Itália) e do Ebro (Espanha), as regiões de San Joaquín na Califórnia e o Snake River Valley em Idaho, assim como o Vale da Ferghana no Uzbequistão. O amoníaco atmosférico é emitido principalmente pelos excrementos de gado (39%), fontes naturais (19%), os adubos à base de amoníaco (17%) e a combustão da biomassa (13%). "Apesar das regulamentações em alguns países desenvolvidos, o total (mundial) das emissões de NH3 quase duplicaram entre 1860 e 1993 e poderão ainda duplicar de novo até 2050", recordam os pesquisadores, que denunciam que isso provocará "uma cascata de problemas medio ambientais". O amoníaco é produzido a partir do hidrogênio e do nitrogênio e representa "cerca da metade do nitrogênio reativo enviado à atmosfera, tendo um papel importante na acidificação e eutrofização (excesso de elementos nutritivos) de nossos ecossistemas", acrescentam os cientistas.

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