postado em 21/06/2009 23:04
O Conselho de Guardiães do Irã admitiu nesta neste domingo, 21/6, (segunda-feira em horário local) que nas eleições do dia 12 de junho foram cometidas irregularidades nas votações, informa o site do canal estatal de televisão Press TV.
Segundo cita o canal, o órgão assegurou que em 50 cidades votaram mais eleitores do que os inscritos, o que implica em mais de 3 milhões de eleitores, reconheceu o porta-voz do Conselho, Abbas-Ali Kadkhodaei.
Neste domingo, o líder da oposição no Irã Mirhossein Mousavi pediu a seus partidários para continuar os protestos sobre a contestada eleição presidencial, em um desafio direto à liderança da República Islâmica.
Helicópteros sobrevoavam Teerã e tiros podiam ser ouvidos no norte da capital. "Protestar contra mentiras e fraude (nas eleições) é um direito seu (iraniano)", disse ele em um comunicado em seu website. "Em seus protestos, continuem a mostrar comedimento. Eu espero que as forças armadas evitem danos irreversíveis", adicionou.
As autoridades prenderam a filha e outros 4 parentes do ex-presidente Hashemi Rafsanjani, um dos homens mais poderosos do Irã, por terem participado de uma manifestação ilegal. Pelo menos 24 jornalistas e blogueiros foram presos desde os protestos deflagrados.
Os confrontos entre a polícia e manifestantes que deixaram um saldo de 17 mortos e mais de cem feridos ontem na capital, segundo divulgou a TV estatal. A polícia está nas ruas. Só no sábado morreram pelo menos 10 pessoas.
A contestada eleição de 12 de junho, que reelegeu o presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad, gerou as manifestações mais violentas desde a Revolução Islâmica que derrubou o governo apoiado pelos Estados Unidos em 1979.