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Conselho Tutelar havia devolvido criança austríaca à tia

postado em 23/06/2009 10:54
O menino austríaco de 12 anos, irmão de Sophie, de 4, que morreu na sexta-feira, no Rio de Janeiro, foi entregue na segunda-feira (22/6) pelo Conselho Tutelar ao pai, o austríaco Sasha Zanger. As crianças haviam sido retirados da casa da tia Geovana dos Santos Vianna, em março, e entregues ao conselho, por força de decisão da Justiça Federal. Mas, ao conversar com os conselheiros, o garoto contou que havia sofrido abuso sexual por parte de Zanger. Os conselheiros, então, recomendaram que as crianças voltassem para a casa da tia, agora suspeita de ter matado a menina por espancamento. A polícia investiga o caso. Os irmãos austríacos foram trazidos para o Brasil pela mãe, à revelia do pai, em janeiro de 2008. %u201CÉ difícil dizer se o menino havia sido orientado antes de ser entregue ao conselho ou se realmente sofreu abuso. Pedi à Justiça que designasse uma perícia psicológica, mas a tragédia aconteceu antes da avaliação%u201D, afirmou o advogado Ricardo Zamariola, que defende Zanger e havia pedido a repatriação das crianças com base na Convenção de Haia. Zamariola também é advogado do americano David Goldman, que luta na Justiça pela guarda do filho, S., de 9 anos. Ontem, Maristela, que sofre de problemas mentais, disse à polícia que inventou o abuso para não perder a guarda dos filhos. O drama das crianças começou em janeiro de 2008, quando a mãe fugiu da Áustria. Maristela chegou a viver em abrigos nos últimos dois meses que passou na Europa e, no Rio, morou com os filhos na rua por alguns meses, segundo o Conselho Tutelar. Ela foi acolhida pela mãe de criação, mas terminou na casa da irmã. Maristela disse que Geovana queria ficar com a pensão dos filhos, de 1.440 euros. Ela contou que foi expulsa pela irmã a pauladas. E a acusou de ter roubado móveis, documentos e impedi-la de ver os filhos. Em estado mental confuso, Maristela afirmou que desconhecia a morte da filha, mas ao mesmo tempo reconheceu que procurou a polícia após ler a notícia nos jornais. Ela contou que mora no Estácio, na zona norte, com um namorado. A tia das crianças ainda não compareceu à 36ª Delegacia de Polícia (Santa Cruz). O delegado Agnaldo Ribeiro da Silva aguarda a chegada do laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal para indiciá-la por homicídio. Geovana, de 42 anos, tinha a guarda das crianças. A filha dela, Lílian, de 21, que ajudava a cuidar de Sophie, também pode ser indiciada.

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