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Congresso vai apurar conduta do presidente de Honduras

postado em 26/06/2009 13:23
TEGUCIGALPA - O Congresso de Honduras decidiu ontem investigar a conduta do presidente do país, Manuel Zelaya, que se recusou a acatar a disposição da Suprema Corte de Justiça de restituir um chefe das Forças Armadas. O militar foi afastado por se recusar a apoiar o presidente em uma consulta popular para reformular a Constituição. A moção legislativa, apresentada pelo deputado democrata-cristão Ramón Velásquez, foi aprovada pela maioria dos 128 deputados e rejeitada por quatro deputados do esquerdista Partido Unificação Democrática (UD). Velásquez informou que a investigação será feita por cinco deputados e pode resultar em "medidas drásticas". A iniciativa tem como foco investigar o líder por "não prestar a devida atenção aos problemas de interesse nacional e não acatar as decisões judiciais, em detrimento do Estado de direito". Especula-se que os legisladores poderiam até afastar o presidente. Zelaya pretende realizar no domingo uma consulta popular para reformar a Constituição, medida rechaçada pela oposição, que vê nela apenas um meio para se aprovar a reeleição presidencial. O deputado da UD Marvin Ponce disse que a intenção da comissão era "dar um golpe técnico no presidente", para impedi-lo de realizar a consultar popular. Ponce chegou a dizer que a iniciativa configurava um "golpe de Estado já planejado". O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse no México que "quando há um conflito entre poderes, é preciso primeiro dirimi-lo com diálogo e consenso". O Equador pediu a convocação do Conselho Permanente da OEA para discutir a crise no país. Chávez O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que as medidas contra Zelaya são uma tentativa da "burguesia" para derrubá-lo. "Não veem que querem destituí-lo? Tenha segurança a burguesia de Honduras que a Venezuela e outros países não reconheceremos nenhum governo que pretendam instalar em Honduras", disse Chávez. Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, manifestaram solidariedade a Zelaya. O ex-líder cubano Fidel Castro também se solidarizou, em uma de suas "Reflexões", colunas publicadas na imprensa estatal cubana. Fidel apontou que não houve ilegalidade, pois Zelaya é também o Comandante Geral das Forças Armadas e, portanto, tem o direito de afastar os comandados.

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