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Obama não leva a sério que Ahmadinejad exija desculpas dos EUA

Agência France-Presse
postado em 26/06/2009 15:48
O presidente Barack Obama afirmou nesta sexta-feira que não levou a sério o pedido do presidente iraniano Mahmud Amadinejad para que os Estados Unidos se desculpem por seus comentários sobre as eleições iranianas. "Eu não levou as declarações do sr. Ahmadinejed sobre as desculpas a sério, principalmente pelo fato de que os Estados Unidos não interferiram no processo eleitoral do Irã", afirmou Obama em uma coletiva na Casa Branca após receber a chanceler alemã Angela Merkel. Obama, por outro lado, indicou que o diálogo direto com o Irã ficou afetado pela violência e repressão registradas contra os manifestantes que protestavam contra a legitimidade das eleições presidenciais. "Não há dúvidas de que qualquer diálogo direto ou diplomático com o Irã será afetado pelos eventos das últimas semanas", enfatizou Obama. Ele, no entanto, enfatizou que os debate multilaterais prosseguirão. "Existe uma estrutura nesse sentido. As conversações incluem Rússia e China. São discussões que continuarão em nível internacional sobre o programa nuclear iraniano". O presidente Mahmud Ahmadinejad exigiu na quinta-feira que o colega americano pare de interferir nos assuntos do Irã. "Espero que você (Obama) evite interferir nos assuntos iranianos e expresse arrependimento de tal forma que o povo iraniano seja informado disso", afirmou Ahmadinejad. O presidente ultraconservador declarou que a linguagem utilizada por Obama recorda a de seu antecessor George W. Bush e que isto coloca em risco a possibilidade de qualquer diálogo entre os países. "Vai utilizar esta linguagem com o Irã? Se este for o caso, não haverá nada a falar. Pensa que este comportamento resolveria o problema entre nós? O único resultado seria que o povo o consideraria como alguém similar a Bush", completou Ahmadinejad. Desde que chegou à Casa Branca, Obama manifestou o desejo de dialogar com as autoridades iranianas sem questionar o tipo de regime, apesar dos dois países terem rompido as relações diplomáticas em 1979.

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