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Hillary: OEA enviará delegação a Honduras para negociar

postado em 29/06/2009 15:49
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira (29/6) que a situação em Honduras resultou "em um golpe". Ela disse que os Estados Unidos estudam qual consequência terá a crise em Honduras para os programas de assistência ao país. Segundo ela, a Organização dos Estados Americanos (OEA) enviará uma delegação à nação caribenha "para começar a trabalhar" com os setores em conflito na restauração do governo constitucional. "É importante que tomemos uma posição a favor do Estado de direito", afirmou [SAIBAMAIS]Governos de América Latina e Europa condenaram a derrubada do presidente Manuel Zelaya e pediram que o conflito seja resolvido pela via democrática. Brasil e Uruguai afirmaram que não reconhecerão nenhum governo hondurenho que não seja o de Zelaya, deposto e expulso do país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em seu programa de rádio semanal "Café com o Presidente" que não aceitará nem reconhecerá nenhum governo que não seja encabeçado por Zelaya "porque ele foi eleito diretamente pelo voto, cumprindo as regras da democracia". Honduras se arrisca a ficar isolada do resto da América Latina se o mandatário deposto não retornar à presidência, advertiu Lula, que afirmou ter conversado sobre a situação com os presidentes do Paraguai, Fernando Lugo, e do Chile, Michelle Bachelet. "Não podemos aceitar mais na América Latina que alguém queira resolver seus problemas de poder pela via do golpe", concluiu o brasileiro. O governo uruguaio informou que não reconhecerá como presidente provisório de Honduras Roberto Micheletti, que foi designado ontem pelo Congresso hondurenho, após o golpe. "A chancelaria uruguaia ratifica o comunicado emitido pelo Mercosul, em apoio à institucionalidade democrática, e manifesta seu mais enérgico repúdio ao sequestro e expulsão do presidente Manuel Zelaya, em aberta violação da ordem constitucional", afirmou um comunicado publicado hoje no site da presidência Condenação O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também condenou a expulsão de Zelaya e pediu seu imediato retorno ao poder. "A solução para qualquer disputa deve se buscar sempre no diálogo e no respeito às normas democráticas", afirmou ele, em comunicado. O presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto Brockmann, disse que havia convidado Zelaya a Nova York, para que informe diretamente sobre a situação do país. Segundo D'Escoto, a deposição do líder hondurenho foi um ataque indigno à democracia Em Londres, o porta-voz do Escritório de Relações Exteriores Chris Bryant informou que "o Reino Unido condena a expulsão do presidente Zelaya e a restauração do governo democrático e constitucional em Honduras". Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse que a detenção de Zelaya e seu exílio forçoso na Costa Rica "violam a ordem constitucional" O secretário geral Iberoamericano, Enrique Iglesias, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), afirmou que o golpe de Estado "é algo que não pode ser aceito". Escolhido para o cargo pelos chefes de Estado e de governo dos países da América Latina, mais Portugal, Espanha e Andorra, Iglesias acredita que em Honduras "a vigência da Constituição" será retomada e Zelaya voltará ao poder. "Vamos ver as coisas no bom caminho. Iglesias considera que "a reação mundial foi impressionante", pela rapidez e firmeza. Uruguaio, ele afirmou que "na América Latina temos superado essas etapas de golpes militares", algo que "ninguém aceita" no continente. O secretário também elogiou o posicionamento do novo governo dos EUA, presidido por Barack Obama. "O governo Obama também teve posição firme e clara", disse ele, que está no Brasil para um seminário no Rio, preparatório para a reunião de Cúpula Iberoamericana que será realizada em 30 de novembro, em Estoril, Portugal

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