postado em 29/06/2009 21:15
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na noite de hoje com o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, deposto na manhã de ontem por um golpe militar. A ligação, realizada por volta de 20h teve o intuito de demonstrar solidariedade e apoio do governo brasileiro ao mandatário de Honduras. Zelaya se encontra na capital da Nicarágua, Managua, para participar da cúpula extraordinária de Alba (Aliança Bolivariana das Américas). Os presidentes trocaram informações sobre a situação de Honduras e Lula manifestou, mais uma vez, apoio ao presidente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser "inaceitável" o golpe de Estado que derrubou o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, ontem pela manhã. O político foi deposto por forças militares no mesmo dia em que realizava uma consulta popular para reunir uma Assembléia Constituinte. A maioria do Congresso hondurenho apoiou a medida e elegeu o presidente da Casa, Roberto Micheletti, como mandatário interino.
"O dado concreto é que nós não temos como permitir que em pleno século XXI, na América Latina, tenha um golpe militar. Nós temos que exigir a volta do governo eleito democraticamente. Porque, senão, daqui há pouco, vira moda outra vez", afirmou Lula, em rápida entrevista após anúncio de medidas para a economia brasileira.
O assunto entrou na pauta da reunião de coordenação política entre Lula e ministros, nesta segunda-feira (29/6) pela manhã. Em seu programa de rádio semanal, Café com o presidente, Lula também criticou o golpe. "Se Honduras não rever a posição, ela vai ficar totalmente ilhada no meio de um contingente enorme de países democráticos", afirmou no programa.
No primeiro golpe de estado em Honduras desde 1981, o presidente Manuel Zelaya foi acordado antes das 6h e enviado, ainda em traje de dormir, para a Costa Rica. Em sessão extraordinária, o Congresso leu uma suposta carta de renúncia, afirmando que a decisão de Zelaya tinha a intenção de "sanar as feridas do ambiente sociopolítico". O mandatário hondurenho pediu para o presidente norte-americano não reconhecer o golpe.