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Única sobrevivente de voo que caiu no Oceano Índico volta para a França

postado em 02/07/2009 09:27
A adolescente Baya Bakari, de 14 anos, única sobrevivente até agora da queda do Airbus A310 próximo às Ilhas Comores, no Oceano Índico, precisou resistir durante 10 horas em alto-mar até a chegada do resgate. Sobreviveu porque manteve-se agarrada a destroços do avião, no meio de três corpos. Ela ficou internada no Hospital El Mararouf, em Maroni, e passava bem, segundo os médicos. Ontem, ela foi removida para para Paris, onde mora o pai, Kassim Bakari. A menina estava de férias e viajava para Comores, em companhia da mãe. Kassim falou ontem com a filha e, em entrevista a uma rádio francesa, disse que Baya não sabia nadar. "Ela é uma menina muito tímida. Nunca pensei que pudesse escapar dessa maneira", revelou. A garota teve apenas alguns cortes no rosto, queimaduras no joelho e uma fratura na clavícula. As buscas por possíveis sobreviventes, corpos e destroços continuam. Havia 142 passageiros e 11 tripulantes a bordo do Airbus. As caixas-pretas que podem esclarecer a causa do acidente ainda não foram encontradas. Contrariando a própria afirmação de que o sinal sonoro detectado por aviões da França correspondia às caixas-pretas do Airbus A310, o secretário francês de Cooperação, Alain Joyandet, explicou que, na verdade, o barulho vinha das balizas de emergência do avião. Joyandet acrescentou que será "bastante complicado recuperar as caixas" por causa da grande profundidade onde podem estar os destroços. Na manhã de ontem, um porta-voz do secretário chegou a informar que o sinal emitido pela caixa preta do avião da Yemenia havia sido detectado e que as operações para recuperá-la já tinham começado. Autoridades investigam os motivos da queda da aeronave, que ia do Iêmen, na Península Arábica, para Comores, na África. A primeira hipótese é a de que o mau tempo tenha provocado o acidente. Porém, a França confirma que na última vistoria feita no avião, em 2007, o Airbus A310 apresentou diversas falhas nos equipamentos e foi proibido de fazer itinerários na Europa. O francês Dominique Bussereau, ministro dos Transportes, garantiu à rádio Europe 1 que a aeronave "havia sido examinada em 2007 pela Direção Geral da Aviação Civil da França, que constatou defeitos". Indenização A companhia aérea Yemenia afirmou que vai pagar 20 mil euros (cerca de R$ 55 mil) de indenização às famílias de cada uma das vítimas do Airbus A310. No entanto, o presidente da empresa, Abdel Jaleq Al Qadi, não definiu quando vai efetuar os pagamentos. No site da empresa foi colocada uma mensagem lamentando "o desaparecimento do voo IY626". Na França, um grupo de comorenses expatriados protestou, tentando impedir que passageiros embarcassem em voo da Yemenia que faria a mesma rota do acidente. Esse não é o primeiro avião que cai perto de Comores. Em 1996, um Boeing 767 da Ethiopian Airlines foi sequestrado e caiu na mesma área, matando 125 das 175 pessoas a bordo. Susto no ar Um Airbus A319 da empresa norte-americana Spirit Airlines precisou fazer pouso de emergência na Flórida, nos Estados Unidos, depois de fumaça ter sido detectada na cabine por um comissário de bordo. O avião, que ia de Chicago para Fort Lauderdale, levava 143 pessoas a bordo. A companhia aérea informou que a fumaça se dissipou assim que os motores da aeronave foram desligados e que a decisão de aterrissar foi tomada pelo piloto. Um diretor do aeroporto de Daytona Beach garantiu que ninguém ficou ferido, mas que três pessoas foram levadas a um hospital porque stavam sentindo falta de ar e ardor nos olhos. Apesar de a empresa ter oferecido outro avião para que os passageiros continuassem a viagem, muitos decidiram ir de carro até o destino final.

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