Agência France-Presse
postado em 03/07/2009 16:05
O ucraniano John Demjanjuk, que durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou como guarda em campos de concentração nazistas, não está apto a ser julgado porque sofre de câncer na médula óssea e tem apenas 16 meses de vida, disse à AFP seu filho, depois que a justiça de Munique ordenou nesta sexta-feira que ele continue preso.
"Sabemos que os médicos alemães determinaram que restam a meu pai 16 meses de vida devido à uma leucemia incurável, produzida por um câncer de medula óssea", explicou John Demjanjuk, que tem o mesmo nome do pai.
A promotoria de Munique havia anunciado horas antes que o ex-nazista está, sim, em condições de ser julgado. Demjanjuk está com 89 anos.
"Com menos de um ano e meio de vida para meu pai, a promotoria alemã acelera os esforços, motivados politicamente, para culpar ucranianos e europeus pelos crimes dos alemães", acrescentou.
Demjanjuk, que nasceu na Ucrânia, "está apto para comparecer, com a condição de que as audiências se limitem a duas por dia e não superem os 90 minutos de duração cada uma", indicou à AFP o porta-voz da promotoria de Munique, Margarete Noetzel, citando um relatório médico.
O caso deverá ser enviado ao tribunal no mês de julho, informou.
John Demjanjuk foi deportado dos Estados Unidos no dia 11 de maio para a Alemanha. Ele é acusado de participação na morte de pelo menos 29.000 judeus no campo de extermínio de Sobibor, atualmente em território polonês, onde trabalhou como guarda em 1943.