postado em 03/07/2009 18:30
Cerca de 50 mil pessoas estudantes, professores, camponeses e trabalhadores urbanos participam, neste momento, de uma marcha, no centro de Tegucigalpa, em apoio ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
De acordo com a Agência Bolivariana de Notícias, os movimentos populares pretendem entregar uma carta ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, solicitando a adoção de todas as medidas necessárias para obrigar governo golpista a restituir a ordem constitucional e devolver o poder ao presidente eleito democraticamente.A marcha, convocada pela Frente Nacional contra o Golpe de Estado, saiu da Universidade Nacional Pedagógica Francisco Morazán em direção sede da OEA, onde representantes da sociedade civil se reunirão com Insulza. O secretário-geral da OEA está hoje (3) na capital hondurenha para se reunir com membros do governo do presidente de fato, Roberto Micheletti chefe do Legislativo que tomou o poder após o golpe de Estado do último domingo (28) e fazer pressão pela volta de Zelaya.
Na última quarta-feira (1º), a OEA fixou prazo de 72 horas para que Zelaya seja reconduzido ao poder em Honduras. Caso isso não ocorra, a organização ameaça o país de expulsão.
No documento que será entregue pelos movimentos sociais a Insulza, os representantes da sociedade civil contam que, após a expulsão de Zelaya pelas Forças Armadas, os direitos individuais dos cidadãos hondurenhos vêm sendo sistematicamente violados por meio de restrições arbitrárias liberdade pessoal, fechamento dos meios de comunicação independentes, violação á liberdade de expressão e repressão s mobilizações da sociedade civil
O movimentos ressaltam, ainda, que não há qualquer condenação contra Zelaya que o impeça de exercer seus direitos políticos e de cidadão. De maneira contundente, frisamos que nossa Constituição não contempla trâmite algum para que o presidente da República possa ser destituído pelo Congresso Nacional, afirmam.
Também deixam claro que não são seguidores políticos de Zelaya ou do Partido Liberal, ao qual ele pertence. Estamos movidos pelo respeito a uma institucionalidade que, ainda que não favoreça a maioria da população, até agora é a base do consenso mínimo da sociedade, sobre o qual se desenvolve e se resolvem os conflitos e a vida de hondurenhos e hondurenhas, e sua modificação será possível na medida em que o povo, no exercício da sua soberania, instaure um novo pacto social baseado na inclusão e na não discriminação, diz o texto, assinado por 21 entidades e movimentos populares.
Entre os que firmam o documento estão a Central Geral de Trabalhadores, a Via Campesina, a Central de Cooperativas de Café, o Centro dos Direitos da Mulher, o Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos e a Organização Nacional Indígena.
Eleito no final de 2005 para mandato que termina em 27 de janeiro de 2010, Manuel Zelaya foi detido por militares e expulso do país no último domingo, horas antes de o país iniciar um plebiscito sobre a possibilidade de incluir, nas eleições gerais de 29 de novembro, consulta sobre a instalação de uma assembleia constituinte para reformar a Constituição do país. A consulta pública foi considerada inconstitucional pelo Parlamento e pela Suprema Corte de Honduras, que determinaram a destituição do presidente.
Mesmo ameaçado de prisão assim que pisar em território hondurenho, Zelaya prometeu voltar ao país amanhã (4).