Jornal Correio Braziliense

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Emoção no último show

Em duas horas e meia, celebridades de Hollywood se revezaram ao microfone no palco do estádio Staples Center para o show de despedida ao ídolo Michael Jackson. Houve choro e emoção em momentos especiais, como na homenagem da atriz Brooke Shields, amiga do cantor, e a quem ela chamava de "o pequeno príncipe" e no sim de Paris Jackson, a filha de 11 anos de Michael, concordando em falar a um público de 20 mil pessoas. [SAIBAMAIS]O trecho da carta escrita por Diana Ross foi lida pelo cantor e compositor Smokey Robinson. Mariah Carey, a primeira a se apresentar, cantou I%u2019ll be there, em dueto com Trey Lorenz. Jennifer Hudson, Stevie Wonder, John Mayer, além do irmão Jermaine Jackson, também fizeram homenagens musicais ao astro pop. "Foi um tesouro os bons momentos que cantamos, dançamos e rimos juntos. Nós nunca vamos entender porque acabou", disse o irmão Marlon Jackson. Já no final, Lionel Richie se juntou aos irmãos Jackson e amigos para cantar We are the world. As cinco décadas de Michael Jackson 1960 - IDADE DA INOCÊNCIA Em 1958, Michael nascia em Gary, Indiana. O sétimo filho de Joe e Katherine Jackson começou a cantar aos cinco anos de idade. No grupo Jackson 5, apresentava-se com os irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon. No fim da década de 1960, sob vigilância do selo de black music Motown Records e com as bênçãos da "madrinha" Diana Ross, o cantor precoce tomou as rádios com os sucessos como I want you back. O mundo descobria o menino prodígio. 1970 - O RITO DE PASSAGEM A adolescência de Michael marcou um período de transição artística. No início da década, ele ainda roubava atenções no Jackson 5 (em hits como ABC e I%u2019ll be there). Paralelamente, começava a abrir as asas numa carreira solo de sucesso. A cartilha da Motown sufocava o ídolo, que queria crescer. O salto viria em 1979, com o lançamento do clássico Off the wall, que redefiniu a disco music e, com o tempero do produtor Quincy Jones, vendeu 20 milhões de cópias no mundo todo. 1980 - O REINADO Na década em que a indústria musical descobriu a fórmula das superproduções do pop, Michael se impôs como o artista mais popular e influente de sua geração. Com uma combinação de rock e dance music, fez do álbum Thriller (1982) um fenômeno que vendeu 104 milhões de unidades. No trabalho seguinte, Bad (1987), pisava fundo no visual roqueiro. Depois do auge, o embranquecimento da pele e o ataque dos tabloides começavam a perturbar o ídolo. 1990 - CELEBRIDADE EM CRISE Com o lançamento de Dangerous, de 1991, Michael prometia uma volta por cima. O disco fez sucesso com canções como Black or white e Remember the time, mas não apagou as denúncias de pedofilia que borravam a reputação de Michael. Nenhuma acusação foi comprovada. Mas, enquanto os críticos pegavam no pé de um compositor em crise de criatividade, a celebridade se escondia dos flashes no rancho Neverland. 2000 - A DECADÊNCIA Cada vez mais acuado do mundo, o cantor passou quase toda a década às voltas com escândalos e infelizes colaborações musicais. No disco Invincible, de 2001, tentou unir-se a queridinhos das rádios como R. Kelly e Babyface, mas o resultado foi desastroso. Além disso, estava afogado em dívidas. A causa da morte, em 25 de junho, ainda não foi esclarecida. Mas a polícia desconfia que o uso abusivo de remédios teria provocado o desfecho melancólico.