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UE pede corte de 50% na emissão de CO2 até 2050

postado em 08/07/2009 13:07
L'ÁQUILA - A União Europeia encorajou líderes do G8 (sete países mais industrializados e a Rússia) a reduzirem pela metade as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2050, com as economias desenvolvidas fazendo os maiores esforços. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou nesta quarta-feira (8/7) que os países mais ricos devem cortar suas emissões em 80%, mas que as nações me desenvolvimento também devem fazer sua parte. "As economias desenvolvidas devem assumir a liderança, mas isso não será suficiente", disse. "Economias emergentes onde as emissões de gases poluentes está crescendo também devem se juntar ao esforço". Barroso afirmou que a UE também espera que o G8 entre em acordo sobre um valor de referência de 2º C como o aumento máximo permitido na temperatura global. Até agora não houve consenso internacional sobre isso. Nenhuma das maiores economias do mundo, incluindo Estados Unidos, Japão e UE, concordou até agora em reduzir suas emissões de carbono entre 25% e 40% até 2020, um esforço que cientistas da ONU afirmam ser necessário para evitar um aumento nos níveis do oceano e problemas climáticos catastróficos. Negociadores europeus e uma fonte próxima ao comunicado que será divulgado após o encontro de amanhã do G8 em L'Áquila afirmaram que os líderes do Fórum das Maiores Economias sobre Energia e Clima devem eliminar as metas numéricas de emissão de gases de efeito estufa do documento. Porém, eles devem pedir que a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, que acontecerá em dezembro na Dinamarca, estabeleça limites rígidos de emissão. Países em desenvolvimento, como China e Índia, afirmam que nações industrializadas devem se comprometer com as maiores reduções de emissões quando se encontrarem em Copenhagen para a discussão de um novo pacto de mudança climática. O Fórum das Maiores Economias é um de uma série de encontros planejados durante o encontro do G8. O fórum é composto por membros do G8, do G5 (África do Sul, Brasil, China, Índia e México), Austrália, Coreia do Sul, Dinamarca, Indonésia e representantes da Organização Mundial do Comércio (OMC). EUA Falando ao lado de Barroso, o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, que está na presidência rotatória da UE, afirmou estar contente com as novas atitudes da administração norte-americana em relação a questões ambientais. "Estamos encorajados pela nova abordagem do presidente Barack Obama, não podemos ser bem-sucedidos sem os EUA", disse Reinfeldt. Segundo ele, o ano de 1990 deve ser o ano base para medir os cortes nas emissões, e 2020 um período intermediário para checar o progresso. Os EUA não estabeleceram nenhuma meta de redução de emissões até agora, mas descartou recentemente um corte de 40% abaixo dos níveis de 1990. "A maioria dos políticos não estará no poder até 2050, por isso as metas de médio prazo são muito importantes", acrescentou Reinfeldt. Ao dizer que o mundo precisa aumentar os esforços no combate à crise econômica, o primeiro-ministro sueco afirmou que é possível estimular a economia de uma forma que não agrida o meio ambiente. "Podemos mostrar que é possível lidar com mudança climática e aquecimento global ao mesmo tempo".

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