Agência France-Presse
postado em 08/07/2009 15:52
Um grupo de astrônomos americanos descobriram as mais distantes supernovas já observadas, explosões de estrelas gigantes, que ocorreram há 11 bilhões de anos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.
Para conseguir identificar estas explosões de estrelas muito grandes (entre 50 e 100 vezes a massa do Sol) no final de sua vida, Jeff Cooke e seus colegas da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) utilizaram uma nova técnica que pode contribuir para a descoberta de outras estrelas mortas nos confins do universo.
Estas supernovas ocorreram há 11 bilhões de anos (tempo necessário para que a luz produzida por estas gigantescas explosões chegue até nós) quando o universo tinha apenas 2,7 bilhões de anos.
Os astrônomos californianos detectaram as supernovas ao comparar imagens de um mesmo setor de céu obtidas entre 2003 e 2006, em busca de galáxias que se tornaram mais brilhantes, sinal que pode indicar a enorme quantidade de energia liberada por uma supernova.
Para aumentar a luminosidade de cada detalhe na tela do computador, Jeff Cooke teve a ideia de superpor as imagens captadas durante toda a temporada de observação e compará-las às imagens superpostas dos outros anos.
"É como se faz para aumentar a duração da abertura do obturador na fotografia: uma pose mais longa permite coletar mais luz", explicou o astrônomo em um comunicado.
Novas observações com o telescópio Keck, instalado no Havaí, permitiram confirmar que os rastros luminosos deixados pelas "candidatas" eram compatíveis com uma supernova - as supernovas deixam rastros de matéria detectáveis até cinco anos depois da explosão.
Quando uma estrela gigante que chega ao fim de sua vida consumiu todo o seu combustível, se expande e se contrai, provocando uma enorme onda de choque que expulsa sua camada superficial para o meio interestelar. A estrela começa então a brilhar intensamente, mas se apagará de vez em breve.
As supernovas enriquecem o universo com elementos químicos que contribuirão para a formação de novas estrelas e planetas.
Os cientistas esperam que o estudo das primeiras supernovas ajudem a entender melhor a formação e a evolução das galáxias.