L;Aquila (Itália) ; As maiores economias do mundo, responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa, reunidas nesta quinta-feira em L;Aquila sob a presidência de Barack Obama, reconheceram a necessidade de limitar a 2;C o aumento da temperatura do planeta em relação ao nível pré-industrial" (fim do século 18).
Por consequência, comprometem-se a "identificar um objetivo comum de redução das emissões de gases de efeito estufa até 2050", mas sem citar percentuais.
No entanto, para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os resultados da cúpula do G-8 em termos de luta contra o aquecimento global são insuficientes, segundo declaração lida por seu porta-voz em L;Aquila.
"Os dirigentes do G-8 tinham uma oportunidade única, que corre o risco de não voltar a se apresentar", afirma Ban, que lamenta em particular a falta de compromissos em médio prazo por parte do núcleo de países industrializados.
"Ban Ki-moon lamenta que não haja um resultado até 2020, apesar de parabenizar o objetivo do G-8 de reduzir as emissões dos países industrializados até 2050", afirmou o porta-voz Yves Sorokobi.
Falta de metas
Os 16 principais países emissores de CO2 do planeta, industrializados e em desenvolvimento, reconhecem em sua declaração "que o aumento da temperatura média global não deve exceder os 2;C".
Índia e China, que integram o G-5 ao lado de Brasil, México e África do Sul, resistiam em aceitar as propostas, mas cederam. Indonésia, Coreia do Sul, Austrália e Egito, que se associou ao G5, deram aval ao acordo, que deve orientar a conferência internacional do clima, marcada para o fim do ano em Copenhague.
Mas, apesar das palavras contundentes, a declaração não dá indicações sobre como esse objetivo será atingido, não estabelecendo qualquer meta ou compromisso conjunto nem prevendo financiamento para desenvolvimento limpo das economias mais pobres.
Por causa disso, houve duras críticas dos principais grupos ambientalistas, entre eles o Greenpeace e o WWF, para os quais as nações ricas "precisam mostrar a cara da verdade, além de liderança real e compromissos financeiros sólidos, não declarações de consolo".