Agência France-Presse
postado em 10/07/2009 09:15
LONDRES - Várias personalidades no centro do escândalo na Grã-Bretanha sobre as escutas ilegais que teriam sido utilizadas por dois tabloides estudam a possibilidade de entrar na justiça. Algumas personalidades da TV, política e esporte que tiveram os telefones grampeados por detetives particulares contratados pelo dominical News of the World e pelo sensacionalista The Sun já entraram em contato com advogados.
Os dois tabloides, os de maior tiragem na Grã-Bretanha, pertencem ao News Group Newspapers, subdivisão do império do magnata australiano Rupert Murdoch, da News Corp.
O jornal The Guardian, que fez as revelações na quinta-feira, acrescenta nesta sexta-feira (10/7) mais dois nomes de pessoas ligadas ao esporte à longa lista de vítimas: o ex-jogador de futebol Alan Shearer e o técnico do Manchester United, Sir Alex Ferguson.
Entre as vítimas, o Guardian já havia mencionado a modelo Elle Macpherson, a atriz Gwyneth Paltrow, o cantor George Michael, o ex-vice-premier John Prescott, o agente das estrelas Max Clifford e o prefeito de Londres, Boris Johnson.
Segundo o Guadrdian, o News Group Newspapers teria pago para silenciar três vítimas que tiveram os telefones celulares afetados para a obtenção de informações exclusivas. O jornal informou na quinta-feira, sem citar as fontes, que alguns jornalistas utilizaram os serviços de detetives particulares para obter informações que incluem também dados confidenciais como declarações de impostos e extratos de contas bancárias.
Clive Goodman, especialista em realeza do News of the World, havia sido condenado a quatro meses de prisão em 2007 por ter interceptado mais de 600 mensagens de telefones celulares dos funcionários da família real. Na época ele assumiu a total responsabilidade pelas escutas. Mas durante a investigação, a polícia de Londres recebeu denúncias sobre a intervenção de milhares de telefones de personalidades por vários detetives particulares, segundo o Guardian.
Para silenciar os casos, o News Group teria feito pagamentos como, por exemplo, 700 mil libras a Gordon Taylor, dirigente da Professional Footballers Association, o sindicato de jogadores, de acordo com o jornal.
A promotoria anunciou que vai revisar todos os elementos dos casos, depois da investigação vinculada ao caso realizada há três anos. A Scotland Yard concluiu que não existem novos elementos que possam justificar a reabertura da investigação.