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Obama compromete-se junto ao Papa em tentar reduzir número de abortos

Agência France-Presse
postado em 10/07/2009 18:46
O presidente Barack Obama comprometeu-se nesta sexta-feira, durante encontro com o Papa Bento XVI, no Vaticano, em tentar reduzir o número de abortos nos Estados Unidos, declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em entrevista à imprensa, após um encontro de 40 minutos entre os dois líderes. Obama também aproveitou a audiência para entregar ao pontífice uma carta do senador Robert Kennedy, pedindo a Bento XVI que reze por ele, que padece de um tumor incurável no cérebro. Segundo um comunicado do Vaticano, os dois homens conversaram sobre a "defesa da vida", sobre o "direito à objeção de consciência", assim como sobre "imigração" e a "paz no Oriente Médio". Obama encontrou-se na tarde desta sexta-feira, no Vaticano, com o Papa Bento XVI pela primeira vez, dizendo desejar "uma relação forte" entre os Estados Unidos e a Santa Sé. Várias questões sociais e de bioética dividem o presidente Obama e o Papa, em particular a questão do aborto, ao qual o Vaticano, que mantinha excelentes relações com o ex-presidente conservador George W. Bush, se opõe firmemente. Durante a tradicional troca de presentes, Obama recebeu uma cópia em couro branco da primeira encíclica social do pontífice, lançada na terça-feira passada, na qual insta os dirigentes do mundo a promover uma "nova ética" para administrar a globlalização. O texto estende a "dignidade" do ser humano ao embrião e condena as novas técnicas médicas ou científicas que lhe dizem respeito, de uma forma ou de outra. Obama "está impaciente para lê-lo", indicou aos jornalistas o assessor adjunto para a segurança nacional da Casa Branca, Denis McDonough, a bordo do avião presidentiel Air Force One. "Nossas expectativas são as de fortalecer nossas relações", havia dito Obama ao se despedir do Papa. O Papa também deu de presente a Obama um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, 'Dignitas personae', sobre os problemas da bioética, que reitera a rejeição da Igreja ao aborto e à pesquisa com células-tronco. Obama, um cristão protestante, só havia conversado com o Papa pelo telefone, após a eleição de 4 de novembro. "Também conversaram sobre células-tronco", acrescentou McDonough. Segundo ele, o presidente Obama "está desejoso de encontrar um terreno de entendimento sobre estas questões e está pronto a trabalhar duro para consegui-lo". No final do encontro, os dois homens falaram sobre o senador democrata Edward "Ted" Kennedy e Obama entregou uma carta dele dirigida ao Papa. Ted Kennedy sofreu, em junho de 2008, uma operação para a retirada de um tumor do cérebro. O presidente Obama, em seguida, telefonou para Kennedy, patriarca de uma das mais ilustres famílias católicas americanas, antes de deixar Roma em direção a Gana, indicou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Gibbs declarou não acreditar que Obama e o Papa tivessem rezado juntos e que não tinha certeza de que o soberano pontífice tivesse benzido o presidente americano, mas disse que Obama havia "pedido ao Papa para rezar por sua família". Obama comentou com sua equipe que "achou o Vaticano magnífico", que estava contente com a oportunidade de tê-lo visitado e que gostaria de passar mais tempo lá, assegurou McDonough. "O presidente ficou muito emocionado com a visita e com o Papa", continuou McDonough. O presidente Barack Obama também fez um apelo ao Papa Bento XVI nesta sexta-feira para que ele continue pressionando as partes envolvidas no processo de paz no Oriente Médio a assumirem suas responsabilidades, informou a Casa Branca. Na conversa privada com Bento XVI, Obama destacou seu comprometimento nos esforços para acabar com o conflito árabe-israelense, e "expressou sua admiração pelos esforços da Santa Sé e do Papa em promover" a paz na região, indicou Denis McDonough. O presidente americano também disse ao pontífice que "todos os lados têm responsabilidades neste esforço", e prometeu continuar levando a mensagem da paz para o Oriente Médio, informou McDonough a bordo do avião presidencial de Obama, que deixou o Vaticano em direção a Gana.

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