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Fujimori diz ter pago milhões a ex-chefe de inteligência

postado em 14/07/2009 09:34
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, que cumpre pena de 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos, admitiu ontem ter pago ilegalmente US$ 15 milhões a seu ex-chefe de inteligência Vladimiro Montesinos no fim de seu governo de uma década, delito pelo qual a promotoria pediu uma condenação de 8 anos de prisão. No entanto, o ex-presidente rejeitou ter responsabilidade penal no caso. Um tribunal civil iniciou ontem o terceiro julgamento público contra Fujimori, que completará 71 anos no fim do mês, por delitos de peculato e falsidade ideológica por ter pago US$ 15 milhões a Montesinos com fundos do Tesouro, retirados de forma irregular. Fujimori parecia sereno e imperturbável quando lhe pediram que dissesse se reconhecia ter cometido os delitos dos quais é acusado. %u201CSomente aceito os fatos, não aceito a responsabilidade penal, a pena nem a reparação civil%u201D, declarou. O advogado de Fujimori, César Nakazaki, disse que o ex-presidente não deveria ser condenado por peculato, pois após ter feito o pagamento a Montesinos o ex-presidente restituiu os fundos ao Tesouro. O fato de Fujimori ter aceitado as acusações indica que o julgamento terminará rapidamente, já que não haverá interrogatório de testemunhas. Fujimori governou o Peru entre 1990 e 2000, quando um vídeo mostrou Montesinos, então seu homem de confiança, subornando um deputado de oposição. O escândalo levou à queda de seu governo em novembro de 2000. Segundo o promotor Avelino Guillén, após a divulgação do vídeo, em 14 de setembro de 2000, Fujimori ordenou a transferência de US$ 15 milhões ao Ministério da Defesa, justificando a necessidade de enfrentar uma infiltração de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território peruano. Mas esse dinheiro foi entregue a Montesinos que, por sua vez, o enviou a um traficante de armas que fez o depósito em uma conta do ex-assessor na Suíça. No final de outubro, o governo suíço revelou que havia detectado contas milionárias de Montesinos. Em 2 de novembro, Fujimori restituiu os US$ 15 milhões ao Tesouro.

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