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Autoridade Palestina suspende canal de TV Al-Jazeera na Cisjordânia

Agência France-Presse
postado em 15/07/2009 16:08
A Autoridade Palestina ordenou nesta quarta-feira o fechamento temporário do escritório do canal de televisão Al-Jazeera (Qatar) em Ramallah, na Cisjordânia, pela "difusão de notícias falsas", anuncia um comunicado do ministério palestino da Informação. Em nota publicada em Doha, Al-Jazeera assegura que a suspensão estava relacionada à divulgação, na terça-feira, de uma declaração de Faruk Kadumi, chefe do departamento político da OLP. Kadumi acusou o presidente palestino Mahmud Abbas e o dirigente Mohammed Dahlan de terem participado de um complô com Israel para matar por envenenamento o líder histórico palestino Yasser Arafat. Yasser Arafat morreu em 11 de novembro de 2004 num hospital da região parisiense. O mistério que cerca a enfermidade que teria causado a morte de Arafat ainda está presente, e alguns líderes palestinos estão convencidos de que seu chefe foi envenenado por Israel que, por sua vez, desmente a acusação. Na época, Yasser Abed Rabbo, próximo colaborador de Abbas, acusou a Al-Jazeera de ter-se "tornado porta-voz dessas milícias (Hamas), silenciando sobre seus crime". O Hamas e o Fatah do presidente Mahmud Abbas se enfrentam desde que o movimento islamita tomou pela força a Faixa de Gaza, em junho de 2007. O ministério palestino insiste em que tomou a decisão depois que o canal de notícias em árabe difundiu uma "informação falsa", acrescentando que Al-Jazeera "consagrou parte importante de sua programação a denigrar a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e a Autoridade Palestina". O governo palestino, chefiado pelo partido Fatah, também acusa a emissora do Qatar de privilegiar a visão de seus rivais políticos, do Hamas. Na Faixa de Gaza, o Hamas, rival do Fatah, criticou o fechamento da Al-Jazeera e a direção da rede mostrou-se "surpresa" com a decisão, uma vez que, alega, trata da política palestina com neutralidade. A Associação de Imprensa Estrangeira, com sede em Jerusalém, demonstrou "profunda preocupação " com o anúncio e pediu ao governo que "reconsidere" a medida. A decisão da Autoridade Palestina deve durar até que a Justiça se pronuncie sobre o caso.

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