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Traficante propõe a presidente mexicano 'pacto nacional'

O suposto líder do cartel mexicano 'La Familia' propôs nesta quarta-feira ao presidente Felipe Calderón "um pacto nacional", em entrevista concedida a um canal de TV de Michoacán, no oeste do México. "Isto jamais vai acabar. Queremos chegar a um consenso, queremos chegar a um pacto nacional", disse um homem que se identificou como Servando Gómez Martínez, também conhecido como "El Tuta", em entrevista por telefone à CB Televisión de Michoacán. "Queremos que o senhor presidente da República, o senhor Felipe Calderón, saiba que não somos seus inimigos. Nós o estimamos. Nosso problema, única e exclusivamente, é com a Polícia Federal Preventiva (PFP) e a SIEDO (Subprocuradoria de Investigação Especializada na Delinquência Organizada)", disse Gómez Martínez, cuja cabeça está a prêmio por 30 milhões de pesos (cerca de 2,2 milhões de dólares). Na segunda-feira, 12 corpos de policiais federais foram encontrados em Michoacán, todos mortos em uma mesma emboscada do narcotráfico. Os corpos mutilados foram abandonados uns sobre os outros em uma estrada na região de La Huacana, onde os policiais realizavam investigações. O cartel "La Familia" deflagrou no fim de semana passado uma série de ataques contra a polícia federal, em represália à detenção de um de seus líderes, Arnoldo Rueda. Além dos 12 policiais encontrados em La Huacana, outros três agentes morreram e 18 ficaram feridos na ofensiva do narcotráfico. Michoacán, de onde o presidente Felipe Calderón é originário, é um dos estados onde se encontram estacionados militares e policiais federais como parte da operação de mais de 36 mil homens contra o crime organizado, responsável, segundo as autoridades, por mais de 7.700 mortes violentas desde 2008. No final de maio passado, dez prefeitos, um juiz e 14 funcionários públicos de Michoacan foram detidos por sua suposta cumplicidade com o narcotráfico.